AGENDA CULTURAL

18.4.16

Exemplo de democracia


Fique tranquilo, caro leitor, que não dispararei xingamentos, não me desespero diante de situações difíceis. 

Se a Câmara Federal autorizou o Senado a analisar o impedimento da presidenta Dilma Rousseff,  soube o que fez, apenas lamento que a sessão tivesse sido presidida pelo corrupto-mor, Eduardo Cunha. Nada a reclamar, afinal, cada legislativo tem a cara de seu povo.

Como o PMDB foi levado ao governo pelo PT, os petistas também têm parcela de culpa no cartório, pois não souberam articular na Câmara Federal para não deixar Eduardo Cunha se eleger presidente da casa, assim paga o seu preço.

O PSDB saiu de cena como protagonista do impedimento, passando o bastão para o PMDB, principalmente, alimentando o desejo de todo vice, que é assumir o lugar do titular.

O escritor Luís Fernando Veríssimo escreveu nas primeiras passeatas de que estava faltando um cadáver. Felizmente, ele não foi produzido. Isso é o que todos devem comemorar, ambos os lados. Isso prova que a democracia brasileira vai se consolidando. 

Com certeza, votação de tamanha envergadura emocional num outro país, parecendo Copa do Mundo, a democracia não terminaria assim, ilesa. 

Além do processo normal de impedimento continuar o seu caminho jurídico constitucional, há a possibilidade de a presidenta mandar para o Congresso Nacional uma emenda constitucional, marcando eleição para presidente juntamente com a municipal. Essa proposta atrairia o apoio de uma grande parcela de parlamentares de outros partidos, como o próprio PSDB e Rede, tirando o doce da boca do usurpador Michel Temer.           

Tudo isso são elucubrações de um blogueiro, o que podemos comemorar é mesmo a solidificação da democracia brasileira, da qual teve participação efetiva de todas as forças progressistas. 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP.

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