AGENDA CULTURAL

12.11.16

Busquemos a cura nas ervas

Hélio Consolaro*

Meu destino era Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba, mas não para internamento hospital, nem para consulta médica, muito menos para gastar dinheiro em farmácia, mas era para comprar um creme fitoterapêutico de aplicação local numa barraquinha da praça Dr. Jaime de Oliveira. Além disso, uma aplicação de compressa de gel quente. 

Não quero menosprezar o avanço tecnológico da medicina, não se cura câncer, por exemplo, apenas com panaceia, mas não devemos abrir mão de nossas tradições e nem das soluções simples. Em nome da tecnologia, também se explora.

“Erveiras, raizeiras, benzedeiras, mulheres sábias que por muito tempo andaram sumidas, ou até mesmo escondidas. Hoje retornam com um diploma de pós-graduação nas mãos e um sorriso maroto nos lábios. Seu saber mudou de nome. Chamam de terapia alternativa, medicina vibracional, fitoterapia, práticas complementares… São reconhecidas e respeitadas, tem seus consultórios e fazem palestras."

E essa receita caseira me foi passada por um médico. Quase fiz uma gozação com ele: 

- Você virou benzedor, cara!

Apesar de nossa amizade e por ele me atender tão bem, sabendo de suas convicções, emudeci. Afinal, o "curador", a "benzedeira", enfim, a bruxa, eram as curandeiras de antigamente. Eles são os avós do médico atual. 

Por coincidência, alguém deixou em minha página do Facebook a divulgação de uma reportagem do site: www.maisde50.com.br com o título: 

"Raizeiras e benzedeiras, sábias tão sumidas, estão de volta".


Não fui buscar as plantas medicinais lá no no mato (como mostra a foto acima), nem com uma erveira, mas as comprei num centro urbano, os produtos estavam acondicionados como remédio de farmácia tradicional, porém busquei a valorização de nossa ancestralidade. 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras.


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