AGENDA CULTURAL

9.6.17

Nossas crianças não são bobas como pensam alguns adultos

Como também, muitos atos de pedofilia que acontecem no recôndito dos lares, são incestos praticados com violência.

Capa do livro onde está "A triste história de Eredegalda"
Novamente a manchete de jornal é assunto deste croniqueiro: "Araçatuba barra livro infantil sobre incesto", jornal O Liberal, edição de 09/06/2017. Não é o primeiro município a fazer isso, tanto é que o Ministério da Educação suspendeu a adoção do livro na escolas do Brasil. Trata-se de uma questão nacional.

O livro infanto-juvenil adotado pelas escolas municipais em Araçatuba, indicado pelo MEC, chama-se "Enquanto o sono não vem", do escritor José Mauro Brant.

Definamos incesto: "incesto é a atividade sexual entre membros de uma família ou entre parentes. ... Algumas culturas estendem o tabu do incesto a parentes sem consanguinidade, como irmãos de leite e irmãos adotivos" (Wikipédia). O incesto tem proibição universal, principalmente entre parentes bem próximos, por questões genéticas.

Leia a notícia, clicando aqui

Como também, muitos atos de pedofilia que acontecem no recôndito dos lares, são incestos praticados com violência.

RESUMO: o conto A Triste História de Eredegalda trata do desejo de um rei em casar com a mais bonita de suas três filhas. Ao recusar o convite do pai, a menina escolhida é presa em uma torre, onde passa sede. Ela pede à mãe e às duas irmãs para beber água, mas não recebe ajuda por contas das ameaças de morte feitas pelo pai. 
Se adotamos o criacionismo para explicar a origem de nossa existência, todos somos filhos de Adão e Eva, vamos chegar à conclusão de que somos todos incestuosos.
José Mauro Brant 
Meu avô materno se casou três vezes e morreu viúvo, criando 12 filhos seus e 10 enteados. Com tanta gente morando na mesma casa (quase um hotel), trabalhando no mesmo sítio, houve casamentos entre "irmãos de criação", não consanguíneos.

LEIA ENTREVISTA DO ESCRITOR JOSÉ MAURO BRANT, CLICANDO AQUI

Há algum tempo houve gente querendo proibir (ou alterar) algumas obras de Monteiro Lobato, dizendo que eram racistas, como este trecho da fala de Emília, uma personagem mal-educada com todo mundo:

“Parecem-me muito grosseiras e até bárbaras - coisa mesmo de negra beiçuda, como Tia Nastácia. Não gosto, não gosto, e não gosto!” 

Agora, tira-se uma obra das mãos das crianças, alegando que ela divulga o incesto. Por que não enfrentar o assunto com nossas crianças, discutindo com elas o porquê do incesto ser uma atitude incorreta. Elas não são bobas como pensam alguns adultos.

Quem age assim, escondendo os problemas delas, não quer preparar as crianças para a realidade, ou melhor, não querem uma ação preventiva.

Nenhum comentário: