AGENDA CULTURAL

29.12.18

Manejar as armas


C.G.Jung: Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor.

*Hélio Consolaro: professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP


O Brasil neste momento vive a política com certo fervor. Não sei se para o bem ou para o mal, mas as pessoas mais simples se dizem de direita ou esquerda, como se torcesse para um time de futebol. 


No futebol, quando um ganha outro perde, nada muda em nossa vida, a não ser zoar os amigos ou ser zoado por eles, mas na política os resultados refletem na vida de cada dia. 


Gosto muito do antropólogo Edgar Morin, mas discordo dele quando afirma em seu livro "Diário da Califórnia", relato sobre a sua permanência nos EUA  1966-67, no auge da contracultura: "lngenuidade, eles ainda não sabem que a maioria dos atos políticos não serve para nada..."


Eu gosto da política, mais iluminada pelas luzes de Confúcio e menos pelas de Maquiavel. Nos padrões de que os fins justificam os meios, para ganhar vale tudo, eu sou um inapto. Não sei manejar as armas.


Outro dia, alguém me sugeriu para eu voltar a escrever a coluna "O Ponto Cego", como blogue, nos moldes da primeira década deste século na Folha da Região. Poucas palavras e muito temor.


Eu respondi, repetindo um humorista quando foi convidado para voltar a fazer humor político: "a política atual me superou, está mais engraçada". 

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