AGENDA CULTURAL

1.7.20

Foi muito pouquinho


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Ex-secretário municipal de Cultura de Araçatuba (2009-16)

Fui convidado para estar na primeira reunião virtual dos artistas de Araçatuba (07/06/2020) como representante da literatura e, por consequência, representei a Academia Araçatubense de Letras. Continuei a participar das reuniões seguintes.

O objetivo da mobilização era reivindicar da Prefeitura de Araçatuba, via Secretaria Municipal de Cultura, uma ajuda emergencial, porque quem está inserido na economia criativa, se profissionalizou na sua arte, foi o primeiro a ficar desempregado com a a política de isolamento para combater a pandemia (covid-19), pois geralmente o artista trabalha com aglomeração de gente.  

De início me declarei solidário, sem precisar de ajuda por dois motivos: o escritor de interior dificilmente faz da venda de seus livros um meio de vida; e também sou aposentado, por enquanto  não passo por privações.

Assim, de reunião em reunião, fui falando conforme me perguntavam. É um movimento bonito que naturalmente veio crescendo, hoje está com 124 artistas no grupo do Whatsapp, porque tudo foi feito virtualmente. 

Na vida, às vezes, vale mais o processo do que o resultado. Se este não foi o esperado, mas a grande vitória foi a união e a mobilização para retomar com vigor o Conselho Municipal de Políticas Culturais. Tanto é que no final, o movimento ganhou o nome de UNIÃO dos Artistas de Araçatuba.  

O movimento municipal era conectado  com o nacional que lutava para Bolsonaro sancionar o projeto de lei Aldir Blanc. E a sanção ocorreu. A lei  estende o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores na cultura e apoio a espaços culturais. 

Com a vitória em nível federal, a Prefeitura de Araçatuba lavou as mãos: para que ajudar, se o presidente já tinha arrumado um "adjutório"? Mas até que o prefeito arrumou algumas arrumadas algumas cestas básicas via Fundo Social, porque, para um cantor de barzinho, por exemplo, com os bares, lanchonetes e restaurantes fechados por decreto, a privação do básico bateu à porta de suas casas.   

Se o governo federal tem a máquina de fazer dinheiro, a Casa da Moeda, os estaduais e os municipais não têm essa saída. A gente precisa entender isso, mas o pouco arrumado pela Prefeitura foi muito pouquinho... Quase nada! Quem sabe ainda podemos ter surpresas...   

Um comentário:

Patrícia Bracale disse...

De pouquinho em pouquinho estamos sem o Faz me Rir, pois as contas e impostos temos que pagar sempre.