AGENDA CULTURAL

4.10.20

Edna Flor e o PT

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

As campanhas eleitorais estão começando. Momento de fazer cobranças e apontar culpados. As boas maneiras são esquecidas e parece que o eleitorado não gosta de votar em gente educada.

Outro dia meu candidato a prefeito, o Sebastião Júnior, foi entrevistado. E o locutor veio com uma velha conversa que não tem muita consequência eleitoral, mas irrita os petistas: Edna Flor (Cidadania), atual vice-prefeita, e candidata à reeleição saiu do partido porque ela ficou devendo MUITO dinheiro, em decorrência de gastos com a campanha de 2004 para prefeito, que perdeu para Maluly Neto por um triz.  

Quem se lembra disso? Só os petistas e os mais antigos, mas em campanha de 2020, 16 anos depois, o assunto volta à tona instigados por adversários. A quantia era grande e não era com ALGUMAS feijoadas que se pagava o montante.

Algum problema houve. Não sei se foi desentendimento da direção local da campanha com a direção estadual. Ou se a coordenação da campanha de Edna Flor (candidata a prefeita do PT) gastou mais o que devia. Como eu era apenas um filiado não militante, não fiquei sabendo dos detalhes.

Apenas sei que depois da eleição perdida, recebi uma visita formal dos companheiros da velha guarda: Ventura Picasso, médico José Maria Ortiz e Ismael Antônio de Souza. Precisavam juntar 100 pessoas que dessem R$ 1.000,00 cada (em 10 pagamentos) para limpar o nome da companheira Edna Flor, pois havia cheques e documentos comprobatórios de despesas da campanha. 

E acrescentaram: "Não são despesas do partido, mas da candidata. As do PT a gente acerta depois. A Edna não pode ficar com essa pendência, porque precisamos dela para outras campanhas".

E assim fiz, e mais 99 pessoas fizeram. Negocia aqui, negocia ali, pagaram-se as despesas. Dívida (em nome dela) liquidada após 10 meses por companheiros, Edna Flor sai do partido, jogando pedra e falando coisas desencontradas.

Por causa disso, no PT, ninguém morre de amores por Edna Flor. Independente disso, continuo respeitando sua história. Percalços todos cometem na vida. Aliás, presença dela na chapa do Dilador Borges (PSDB) levou para a administração um viés de compromisso social. 

Levantar esse assunto ainda tem apenas um objetivo: irritar petistas, fazer com que percam o foco que é apresentar propostas de governo. Cabe apenas à Edna Flor, nalgum dia, não sei se em livro de memórias, esclarecer esse assunto.    

2 comentários:

Unknown disse...

Não consigo entender. Uma pessoa voltada aos movimentos sociais, à justiça e à religião, compor chapa com PSDB de Dória, crápula que esmaga professores, funcionários públicos e trabalhadores.
PSDB cheira mal.Acabou com a educação paulista

Unknown disse...

Eu trabalhava com o Dr Ze Maria (como chamávamos) querido amigo, e comprei muita pizza e feijoada...em janeiro de 2017 quando ela assumiu a prefeitura, eu fui a segunda funcionária da Assistência Social a ficar na calçada sem ter para onde ir...só para lembrar👍