AGENDA CULTURAL

3.11.20

Vacinas: uma forma simples de entender! - Alberto Consolaro

A vacina nos liberta de muitas preocupações! 

Tudo que nos formou na gravidez está registrado no sistema imunológico. Depois do nascimento, o que entra e for diferente, vai ser eliminado pela inflamação e sistema imunológico como agressor. Onde ele atuar, a inflamação deixa sair substâncias e células pelos vasos sanguíneos, o que incha a região, a deixa vermelha, quente e com dor como a gritar: tem algo errado aqui! Inflamação atua contra todo mundo e é imediata, mas o sistema imunológico é lento.

Para criar armas específicas e sob encomenda contra o agressor, o sistema imunológico demora 14 a 21 dias para formar os anticorpos ou imunoglobulinas e preparar as células poderosas que temos. O agressor pode ser vírus, bactérias, células cancerosas e transplantes.

A primeira resposta imunológica é fraca. Quando o agressor entrar novamente, a segunda resposta será muito maior, com muito mais anticorpos e não sobrará agressor. Tudo sem dor! A resposta inflamatória dói, a reação imunológica é silenciosa! Depois que o sistema imunológico atuou duas vezes contra o mesmo agressor, o corpo ficou imune, imunizado ou protegido por um bom tempo ou décadas. Para cada agressor a resposta imune é exclusiva!

SIMPLES ASSIM

Se tem inflamação e sistema imunológico, para que tomar remédios e vacinas? Estes sistemas não são infalíveis para todos os agressores. Para algumas bactérias, vírus, fungos e parasitas não temos defesa que funcionem para eliminá-los! A cura destas doenças apenas ocorre com remédios como antibióticos, antifúngicos e antivirais. No passado recente, se pegássemos estas doenças, era morte certa! Em algumas doenças é melhor vacinar para prevenir, pois corremos risco de vida mesmo com os remédios e os seus efeitos colaterais.

A vacina simula (imita, copia,) as proteínas do agressor tirando dele mesmo ou fabricando em laboratório. Uma vacina aplicada induz uma resposta imunológica que em 14 a 21 dias, se têm células e anticorpos programados para matar o agressor, mas não dá ainda para confiar na primeira dose, a imunidade fica “meia-boca”.

O ideal é tomar outra dose da mesma vacina depois de algumas semanas! Aí sim forma uma quantidade fenomenal de anticorpos e células. Na segunda dose a proteção se estabelece! Se o agressor entrar no corpo, será eliminado e não terá tempo de produzir a doença! Toda vacina induz uma resposta pré-programada contra o agressor escolhido para ficar imune à doença que provoca. Pode ser sarampo, poliomielite, gripe, zoster, caxumba, tuberculose, hepatite, herpes, rubéola, catapora, papiloma, febre amarela e outras. Tem vacinas de dose única, mas é minoria!

Quando uma vacina não funcionou, é quase certo que estava vencida, estragada por mal armazenamento ou ainda alterada durante o transporte! E mais, tem que se tomar as doses certas no período programado!

REFLEXÃO

Quando se nega a tomar vacinas, fico a imaginar qual o embasamento para tal decisão: fé, dogma ou ignorância? A informação correta sobre as vacinas deve ser “levada” às pessoas pois a ignorância mata! Esta informação não deve ser disponibilizada, ela deve ser “levada” de porta em porta e entregue em mãos! Para a ignorância, ainda não se tem vacinas!

Alberto Consolaro – Professor  Titular da USP - FOB Bauru-SP

consolaro@uol.com.br

 

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