AGENDA CULTURAL

26.3.21

Por que o acesso à vacina precisa ser igualitário

 

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

A palavra pandemia significa o povo inteiro, "descreve uma situação em que uma doença infecciosa ameaça simultaneamente muitas pessoas pelo mundo, há na palavra o sentido da abrangência geográfica". 

Se todos estão ameaçados, fazendo-se necessária a imunização do rebanho, então o acesso precisa ser igualitário, cada indivíduo é apenas mais um, independente do status social. Esse egoísmo besta de que "eu estando salvo, o resto que se f..." não tem razão de ser numa pandemia.

"Bom  mesmo é que os colaboradores de minha empresa estejam vacinados, porque assim não faltarão ao trabalho e não vou perder mão-de-obra." É assim que deve pensar o empresário moderno sem deixar de ser capitalista, nada de filosofia de fura-fila.

O empresário tomar vacina à frente do empregado, mesmo pagando, é como deixar de ter zona azul na cidade, porque não precisando pagar pelo estacionamento, o dono da loja vai ser o primeiro a estacionar na frente, nem pensa que é um vaga a menos para um possível cliente. Como o bolso é a parte mais dolorida do corpo, a administração pública implanta zona azul. 

A partir do momento em que a covid-19 deixar de ser uma pandemia, já estiver havendo a imunização de rebanho (80% da população vacinada), com vidas e economia salvas, aí pode liberar a venda de vacinas. 

A riqueza embota a inteligência das pessoas. Ela passa a viver somente para proteger seu capital, sua propriedade, menosprezando pessoas. Não foi à toa que a Bíblia diz que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico ir para o céu. A fome de ter embrutece as pessoas.

Não se assuste, caro leitor, há pobres que concordam serem passados para trás nesta hora, são como o economista brasileiro Delfim Neto que dizia ser o brasileiro um capitalista pobre. Só espera um tijolo para subir na vida e "furar o olho do outro".

Acesso igualitário, caro leitor, não se trata de socialismo. É para o empregador ter gente para trabalhar nas empresas. Desculpe-me, caro leitor, pela dureza de minhas palavras, mas há momento em que a clareza se faz necessária.

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