Não sei se já ouvi caro leitor a seguinte frase: ainda vou descobrir qual é narrativa daquele cabra. Resumindo: vou conhecer a história daquele sujeito. Ninguém vive sem uma narrativa.
Cada um vai se amadurecendo, seja homem ou mulher, a narrativa vai surgindo. Há gente que se aprimora tanto, cuja história na hora de contar vira um primor. E tal tributo vira um meio de vida.
A Academia Araçatubense de Letras tem um grupo que a acompanha, se tornando maior que ela. De vez em quanto aparece um doido inventando alguma coisa e contanto sua história.
Como sou o mestre, no final das reuniões vou conversar com o novo participante. Assim saberei qual é a narrativa dele. Nesse dia fatídico, apareceu um Ceará. Perguntei se apelido era Ceará mesmo, pois tenho um amigo, frentista de posto, cujo apelido é Ceará, mas nasceu mesmo no Piauí.
Ele estava precisando de uma guilhotina para cortar papel. Na sede da AAL não tem. E hoje cortar papel é uma raridade. Dei-lhe uma sugestão: lojas que vende materiais de escritório usados.
Na reunião do mês subsequente, aparece Urbano Sertão com um chumaço de caderninho de literatura de cordel. A literatura de cordel é um gênero de poesia popular brasileira, caracterizada por versos rimados e métrica regular, que se popularizou principalmente no Nordeste. Originada de referências europeias e árabes, a tradição chegou ao Brasil com os portugueses e se consolidou no país com influências indígenas e africanas. Seu nome se deve à forma de exposição dos folhetos em barbantes, os chamados "cordéis".
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