AGENDA CULTURAL

12.10.06

Criança. Que trabalheira!

Hélio Consolaro

Quantas comemorações no dia de hoje! Dia da Criança, Dia da Padroeira do Brasil, Dia do Descobrimento da América; e o mais importante: Dona Augusta, minha mãe, completa 80 anos. Este feriado promete ser interessante.

Criança é coisa linda! Ela é o futuro! Mas muitos casais, hoje, optaram por um filho só, não querem a segunda experiência, porque sabem como é trabalhoso criá-lo na modernidade. Criança é uma maravilha no colo dos outros.

- Que croniqueiro sem graça! - dirá o leitor.

Não posso enganá-lo, caro leitor, a vida tem o seu lado desagradável também. Como não vendo nada que sirva de presente para o Dia da Criança, não escondo o que ouço e sinto.

Um país com boa carga de preconceito sobre o negro tem uma padroeira pretinha, e o rei ainda é o Pelé. Se bem que ela não foi escrava, foi uma imagem achada, manifestação da presença de Maria, mãe de Jesus Cristo.

Há poucos negros no Judiciário, há muitos negros na favela. As crianças brancas estão nas escolas particulares e nos shoppings, enquanto as negras estão nas escolas públicas, nos orfanatos e nas unidades da Febem, mas temos uma padroeira e um rei negro.

Então, caro leitor. Nossa Senhora da Aparecida é padroeira de Araçatuba, assim economizamos um feriado. Era para ser Santo Onofre (12 de junho), mas como ele é protetor dos bebuns, então, cassaram o seu padroado. Isso foi no início de Araçatuba, mas compensaram a arbitrariedade, colocando uma pretinha no lugar dele.

Nem por isso, Santo Onofre deixou de reinar. Como em Araçatuba há tantos botecos... Começando pelo Bate Forte. Ele é um padroeiro na clandestinidade.

Neste 12 de outubro, é bom refletir. A América não são os Estados Unidos. Americanos somos todos nós, das três Américas. Eles são norte-americanos. E para quem gosta de teorias da conspiração, verdades e mentiras históricas, curte isso, temos mais uma para a coleção: Cristóvão Colombo não era italiano, mas 100% português. E seu nome era Cristofõm Colon, ou seja, Cristóvão Cólon no português de hoje (veja a coluna Por Trás das Letras de ontem).

Dedico este rabo de coluna para Dona Augusta Fortin: uma criança, pois nunca deixou de ser alegre, apesar de tudo; uma santa, porque me criou, teve quatro filhos e suportou cinco homens sob sua responsabilidade, uma verdadeira rainha do lar; como descendente de italianos, veio fazer a América, acabou construindo talentos, pois deu à sociedade quatro filhos ajustados, sendo o mais louco este croniqueiro.

Hoje, no almoço, quero lhe dizer: “Parabéns, mamãe! Quero colo!”, com a voz mais dengosa que a do Consinha, meu neto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá!Nossos parabéns prá sua Mamae, que continue sendo abençoada por e tenha muitos e m,uitos aninhos de vida para comemorar este dia com vc (prof e com o Bisneto Consinha)...beijos de todos nós daqui de casa!!!