AGENDA CULTURAL

11.10.06

Contar votos

Hélio Consolaro

Os candidatos se livraram desse linguarudo no momento quente da apuração. Em vez de contar votos, fui cantar versos em Bento Gonçalves-RS.

Todos os candidatos alimentam sonhos. Alguns, mais otimistas, se viam engalanados, fazendo o discurso de posse. Depois, com o contar dos votos, descobre-se que tudo não passou de entusiasmo chocho. A vitória é doce, a derrota é sempre amarga.

Há sempre os eternos candidatos que fazem da campanha eleitoral uma forma de lazer. Ou, então, não conseguem ficar fora dela, porque a política para eles é uma cachaça saborosa. Viver assim também é uma opção.

O advogado Edgar Antônio dos Santos (só conseguiu ser vereador uma vez, como suplente) Clarice Andorfato, Antônio Barreto, Mário Sérgio Cabral (este só falta perder como candidato a vereador) e Luís Antônio Boatto são eternos candidatos.

Boatto, por exemplo, conseguiu boa votação para deputado, duas vezes (2002 e 2006) em torno de 10 mil votos, mas para vereador (2004) não passou dos míseros 400. E assim, de campanha em campanha, a barba embranquece, as rugas chegam e a vida passa. Mas ele faz o que gosta, então...

O José Avelino Pereira levou chineladas do povo. Fez campanha para 100 mil votos, mas só conseguiu 21 mil. Gastar apenas não basta, precisa ter inserção social.

A Marly Garcia, como estreante, descobriu que rezar não dá votos. Ajuda, mas se faz necessário ter bandeiras bem definidas e muito dinheiro. Com sorriso, chega-se apenas a vereador.

A avestruz Maurício Lupfieri está envergonhada, não conseguiu botar os ovos de ouro. Ela meteu a cabeça na areia e está com o bundão de fora, esperando as palmadas. Cara de terno e gravata cavalgando avestruz... Esse ato sexual ato explícito não pegou bem.

Cido Sério, como Valmir Camilo e Mário Sérgio Cabral, são candidatos que têm o domicílio eleitoral em Araçatuba, mas trabalham fora. Fica difícil angariar votos, aparecendo politicamente apenas em épocas eleitorais. Então, os votos daqui são um complemento, como fez o Cido Sério nesta eleição. Ele era candidato de uma categoria, os bancários.. Obteve pouco mais de 10% dos votos em Araçatuba.

Triste mesmo é ficar na situação de Jorginho Maluly, na beiradinha. Ficar se perguntando onde errou. Com certeza, está tendo uma inveja danada do Marcelo Mariano, de Andradina. A história se repete: pai rico, filho nobre, neto pobre.

Assumir como suplente ou ser eleito com votação inexpressiva deixa o mandato vulnerável. Candidatos eleitos assim, geralmente, serão parlamentares fracos, inseguros. Até que provem o contrário com a reeleição.

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