Hélio Consolaro*
Durante a semana, a expressão “dependurar as chuteiras” deixou seu sentido figurado, que podia ser usado por qualquer profissional, para assumir o significado literal: Ronaldo Gorducho dependurou as chuteiras. Só o papa não encerra a carreira.
A tática do Corinthians de contratar jogadores, figurões, em final de carreira parece que não deu certo. Roberto Carlos já foi mandado para o inferno, o Daguestão. Acertou o Palmeiras em não contratar o Rivaldo.
Na verdade, a direção corintiana, tendo como aliado o jornalismo esportivo, está à procura de saídas honrosas para que o atleta não encerre sua carreira de forma tão desastrosa, imitando Maradona.
Neste domingo, Fausto Silva vai entrevistar Ronaldinho, certamente, não vai economizar em adjetivos. Como escreveu Tutty Vasques, Faustão vai dizer: “Um excelente pai de família, bom caráter, humilde, uma cabeça privilegiada, consciente, generoso, antenado, solidário, responsável” O amarelamento diante da França na Copa do Mundo de 1998, suas baladas e seus escândalos sexuais serão esquecidos. Depois de morto, o defunto vira santo.
Lendo a Folha de Londrina (PR), o médico Leandro Diehl afirmou que ninguém fica obeso por causa do hipotireoidismo. Aliás, palavra foi muito bem pronunciada por Ronaldo.
“Com o diagnóstico que se dá por meio de um simples exame de sangue, iniciando o tratamento rapidamente, fica fácil de tratar. Geralmente em duas ou três semanas a pessoa tem a situação regularizada”, disse o médico londrinense.
O cronistaTutty Vasquez, da revista Época, pergunta: “Quem foi o médico que manteve Ronaldo Fenômeno quatro anos sem tratamento contra hipotireoidismo sob o falso argumento de que a medicação seria considerada doping? Teria sido o mesmo que cuidava do Michael Jackson, não?”
Será que os corintianos vão perder sua raiva, seu ódio, manifestados com tanta violência na eliminação da Copa dos Libertadores, e chorarão a saída do Ronaldinho num jogo de despedia? O marketing faz milagre, mas não resiste a manobras tão descaradas.
A mídia fabrica tantas mentiras, não custa nada engolirmos mais uma. A balela não mata, apenas engorda. Ou melhor, a balada.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras e da UBE.
Um comentário:
Como assim??? Imortal tb não dependura! r***
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