AGENDA CULTURAL

25.2.11

O poeta Ferreira Gullar e suas histórias

Ferreira Gullar ganha o Prêmio Camões, lança um livro esplêndido, “Em Alguma Parte Alguma”, e fala a BRAVO! sobre os momentos de sua vida que inspiraram seus melhores verso

REVISTA BRAVO - OUTUBRO DE 2010

O poeta Ferreira Gullar chega aos 80 anos como um vitorioso. Depois de dez anos sem publicar, acaba de lançar um livro esplêndido, Em Alguma Parte Alguma, obra que junta maturidade e vigor em versos como os de Uma Corola. No mês passado, recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra. Conjunto valorizado como nunca: Gullar - que passou a vida envolvido em disputas com escritores de várias correntes, entre eles os concretistas de São Paulo - chega ao século 21 maior do que seus opositores. Ele brilha também como intelectual. Crítico provocativo de algumas tendências da arte contemporânea, provê a vida cultural do país de um alimento raro e indispensável: a polêmica inteligente.

Em sua participação na oitava edição da Festa Literária Internacional de Parati, a Flip, em agosto, Gullar foi aplaudido de pé várias vezes, uma delas quando narrava a história de seu Poema Enterrado. O vídeo que registrou esse momento bombou no YouTube. Falando de seus versos, o poeta consegue ser tão vibrante quanto recitando-os. Foi essa vibração que BRAVO! buscou captar na reportagem especial que começa a seguir, em que Gullar relembra episódios de sua biografia que se entrelaçam com seus poemas e, de certa forma, os inspiram. Afinal, foi Ferreira Gullar quem escreveu que o ser humano se compõe de uma parte "vertigem" - a vida - e de outra parte "linguagem", na profissão de fé expressa no poema Traduzir-se: "Traduzir/ Uma parte/ Na outra parte/ Que é questão de vida ou morte/ Será arte?". 

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