Casarão da Fazenda do Estado - após revitalização |
Hélio Consolaro*
Os anos vão nos deixando mais chorões, principalmente quando revisitamos o passado. Voltar a um lugar onde passamos a infância ou adolescência nos faz lacrimejar.
No sábado de manhã, fui à inauguração da nova sede da secretaria municipal do Meio Ambiente/Araçatuba-SP, coordenada por um argentino muito simpático (coisa rara): Jorge Hector Rozas, no casarão onde funcionava a antiga sede do Posto Experimental de Criação, a Fazenda do Estado, final da rua Newton Prado.
Casarão, como sede de uma secretaria municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, precisava mesmo ter coleta seletiva de lixo |
Como lá trabalhei de 1963 a 1968, como office boy, auxiliar de veterinário, escriturário, voltar àquele recanto da cidade, onde há bosques, alguns macacos e prédios que continuam de pé depois de quase um século de construção, a visita mexeu com o meu coração.
A escada dos fundos. Essa parte da casa foi acrescentada ao casarão na década de 60 |
Durante a inauguração, entre discursos e almoço, eu via muitas sombras e espíritos andando por lá, espiando por trás dos troncos das árvores. Se há todo aquele arvoredo, a idéia foi de Theofilo Siqueira Branco, um dos zootecnistas encarregado ao longo do tempo.
Nesta porta, entrada para uma parte do porão, funcionou por alguns anos o escritório do Posto Experimental de Criação. O Consa está de pé, recordando os velhos tempos, onde trabalhou |
Por lá também esteve Dr. Roberto Pedro Benintendi (cunhado do Juvêncio Gomes). Walter Dupas também administrou a fazenda por dois períodos. Com a extinção do Posto Experimental de Criação, a área passou para a Divisão Regional Agrícola.
Consa, o antigo usuário do casarão; Jorge Hector Rozas, o atual |
Por lá também passaram José Lourenço, Clodoaldo Leme, Bartolo Sanches, Antônio Davantel, Benedito Cesário, Durvalino, Joaquim Antônio, João Bonilha, os três Antônios Boreggio, Pedro Bellinello, Robério de Souza Rocha, João Sanches (filho do Bartolo), Sebastião do Amaral, Josino Cardoso, João Leme.
O menino Consa, que aprendeu muita safadeza com a peonagem e fez muitas estrepolias, hoje é uma das poucas testemunhas daquele recanto.
Se a profecia do prefeito Cido Sério, feita em seu discurso de inauguração, ocorrer (aquele espaço se transformar num parque, o nosso Ibirapuera) muita gente vai se sentir homenageada com a preservação de uma parte da memória de Araçatuba.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Atualmente é secretário municipal da Cultura de Araçatuba.
Um comentário:
PARABENS SENHOR HELIO PELA LINDA MATÉRIA E PELO CARINHO QUE FOI A ELA DEPOSITADO, MAS UMA VEZ PARABENS.
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