AGENDA CULTURAL

17.6.11

MinC lança Circuito Nacional de Feiras de Livro

Este blogueiro esteve no evento na qualidade de secretário municipal de Cultura de Araçatuba. Na oportunidade, revi meu amigo Galeno Amorim e tive uma conversa particular com a ministra Ana Hollanda. Araçatuba foi citada pelo Galeno em seu discurso. 



Fábio Diegues - Ascom/FBN - 16/06/2011 
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, lançou ontem (15), no auditório da Cinemateca de São Paulo, o Circuito Nacional de Feiras de Livro. Para um público estimado de cerca de 200 pessoas, entre secretários da Cultura de diversos estados e municípios, além de escritores como Ignácio de Loyola Brandão, presidentes de feiras e eventos literários como a Flip e a Jornada de Passo Fundo, Ana de Hollanda destacou a importância de o governo investir nas políticas públicas do livro e da leitura e reforçar a democratização do acesso; a formação de leitores; a promoção da leitura e da literatura no imaginário do povo brasileiro e o fomento das cadeias criativa e produtiva do livro.
Realizado pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN/MinC) e a Câmara Brasileira do Livro (CBL), o programa promoverá, até dezembro de 2011, 75 eventos literários de pequeno, médio e grande porte em todo território nacional. A previsão dos organizadores é pelo menos dobrar este número até 2014, com apoio de governos estaduais, prefeituras, entidades do livro e empresas de eventos.
Reunião com a ministra
Para estimular a expansão das feiras no país, o Ministério da Cultura preparou um pacote de apoio que vai beneficiar tanto novos eventos como aqueles que já existem. O governo federal estima que deve abrir mão, este ano, a título de renúncia fiscal, de cerca de R$ 35 milhões para empresas dispostas a patrocinar feiras de livro. Com a finalidade de ampliar o Circuito, as empresas poderão abater 100% dos investimentos em patrocínio a eventos literários que forem enquadrados na Lei Rouanet.


O MinC também deve apoiar ainda, com recursos do Fundo Nacional de Cultura, cidades e estados que investirem na realização de novas feiras de livro em localidades onde elas ainda não existem. Devem ser priorizados, inicialmente, os estados que estão criando seus Planos Estaduais do Livro e Leitura. Outra forma de apoio é orientar as prefeituras e governos estaduais, tanto na montagem da programação cultural, como na criação de programas de aquisição de livros para bibliotecas, professores e alunos.


Promoção do Livro“Com o Circuito Nacional de Feiras de Livro, pretendemos trabalhar esse espírito com a determinação de que esses eventos compõem não apenas um calendário, mas ações de políticas públicas para a promoção do livro, da leitura e da literatura como fatores estratégicos na construção de um país e nação de leitores”, ressaltou a ministra. “Este Circuito se encaixa numa inovaçao em que estamos avançando no MinC, que é a implantação da [Secretaria da] Economia Criativa. Ela vai do artesanato às indústrias criativas estabelecidas, como o cinema e a música”, acrescentou.


Ana de Hollanda lembrou ainda da importância da educação e da cultura na formação dos jovens e destacou a criação da Diretoria de Educação e Cultura dentro da nova estrutura do MinC que trabalhará, em parceria com o Minstério da Educação, na implementação da disciplina de música, que passará a ser obrigatória nas escolas a partir de 2012.”Temos 51 milhoes de estudantes nos ensinos fundamental e médio. Daqui a 10 anos, serão eles que estarão produzindo e consumindo plenamente arte e cultura. Então, é neste momento que temos de investir. A educaçao dá a base. Por isso, estamos trabalhando muito próximos do MEC. Já a Cultura trabalha em outra dimensão, a da imaginação. A Cultura entrega ao jovem, agora, as ferramentas para ele poder não só assimilar, mas também, refletir”, finalizou a ministra durante sua fala na cerimônia do evento.


Importância das FeirasO presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, fez uma apresentação demonstrando a importância de se investir em feiras de livro. Ele apontou números que indicam a força desses eventos. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro e Ibope, 8,1 milhões de leitores compram livros nas feiras, gerando um movimento superior a R$ 100 milhões anuais. Os organizadores de feiras de livro estimam que mais de 10 milhões de adultos e crianças visitem as feiras realizadas no país. “Esses expressivos números mostram que as feiras atraem os olhares para o livro, o coloca em evidência, faz a cidade se movimentar em torno do evento e chama a atenção da população para a função social da leitura. E esperamos que esse público cresça com a criação do Circuito”, aposta Amorim.


Karine Pansa, presidente da Câmara Brasileira do Livro, lembrou que o Circuito Nacional de Feiras de Livro, chega para aproximar ainda mais os escritores, editores e leitores, na busca de cativar e qualificar os eventos. “Teremos agora uma lógica unificada para as feiras de livro, o que facilitará não apenas o planejamento e execução, como elevará a qualidade destes eventos. O mercado ganha e o público agradece”, conclui.


Projeto Caravana de EscritoresAs feiras que fizerem parte do Circuito também poderão receber autores do Projeto Caravana de Escritores, que será lançado no segundo semestre pela Fundação Biblioteca Nacional. O apoio inclui a realização de seminários de formação para bibliotecários e professores, criação de Planos do Livro e Leitura nos estados e municípios e, ainda, projetos culturais de instituições vinculadas ao MinC como a Funarte, Ancine e da Secretaria do Audiovisual (SAv/MinC).


“As feiras de livro mobilizam as comunidades em torno da importância da leitura na sociedade e é a grande oportunidade para aproximar autores e leitores”, lembrou Amorim. As feiras, segundo a presidente da CBL, representam o quarto maior canal para venda de livros, logo atrás das livrarias, bancas e sebos.


Além da CBL, participam do Circuito Nacional de Feiras de Livro, como apoiadores, as diversas entidades do livro no Brasil com o Sindicato Nacional de Editores de Livros (SNEL), a Liga Brasileira de Editores (LIBRE), a Associação Nacional de Livrarias (ANL), a Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL),a Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU), a Câmara Rio-Grandense do Livro e as câmaras regionais.

Antigo matadouro da Vila Clementno se transformou
na Cinemateca Brasileira, onde foi realizada a reunião  
Sala da Cinemateca Brasileira onde foi realizada a reunião


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