AGENDA CULTURAL

28.8.11

Faina de faiscador - Geraldo da Costa e Silva

Ontem, no salão de festas do Hotel Mariá, em noite de autógrafos, ocorreu o lançamento do livro "Faina de faiscador", de Geraldo da Costa e Silva, médico, membro da Academia Araçatubense de Letras. Aguarde mais informações neste blog. Preço: R$ 40,00, pedidos - geraldopratas@hotmail.com


JOIAS DO FAISCADOR
O Faisqueiro reúne verdadeiras jóias, textos preciosos que expressam erudição, registros históricos, homenagens aos amigos, a própria história pessoal do autor maravilhosamente mesclada com sua
vida literária.
Agora, nessa garimpagem nas sessões de seu quieto pensamento, o passado qual "faisqueiro" que retira ouro e diamante de terrenos já antes explorados, traz a lume o que sua inteligência viva registrou. São
resíduos colhidos e guardados graças à sua mente vigorosa e à sua sensibilidade capaz de perceber o essencial no aparentemente menor.
Dr. Geraldo da Costa e Silva
Com brilho e humor, o autor expressa pensamentos e reflexões enquanto seu espírito passeia por localidades onde viveu e conviveu com personalidades que marcaram sua tão rica existência, reproduz
brincadeiras com amigos aos quais dirige palavras de amizade e afeto, relata fatos marcantes de sua vida universitária com trânsito pela Marinha do Brasil, onde pode perceber as condições em que vive a população da fronteira, sua paixão pelo futebol, registrando curiosidades da vida dos clubes, especialmente do Botafogo de Ribeirão Preto, sua paixão maior e onde é inscrito também como seu maior torcedor.
A presença da saga da família Costa e Silva, nas crônicas aqui enfeixadas se constitui em exemplos de vida e retrata, sem dúvida, o cotidiano de todas as famílias de menores recursos que neste país trabalham animadas pela esperança de futuro brilhante para seus filhos. Ela enriquece a obra por se constituir em exemplo admirável de vida e amor.
É uma obra singular e reveladora, e sua leitura é extremamente interessante porque estimula a imaginação provocando uma volta ao nosso próprio passado, às nossas próprias lembranças, às nossas próprias
origens, à nossa própria vida.
Dr. Said Issa Halah
Advogado – Ribeirão Preto


PRÓLOGO DO AUTOR
Em Minas Gerais faiscador é o garimpeiro de segunda linha, humilde catador de faíscas, dos restinhos de ouro ou diamantes, das minas praticamente exauridas e das terras lavradas; ou lavador dos restos de
cascalhos de catas trabalhadas, à beira de regatos ou torrentes.
Isso posto, aclara-se a minha atividade de faiscador ou faisqueiro literário, nada profissional, mas gratificado pela satisfação de oferecer aos amigos e apreciadores pequenas pepitas e xibius desprezados pelos
garimpeiros verdadeiros. Enquanto não os atraem os valores das miuçalhas, a mim deliciam e acrescem o prazer do exercício intelectual.
O caminho das gangas e o manejo da bateia, assimilei-os progressivamente por mim mesmo. Leitor desde a adolescência, em voracidade crescente, desenvolvi mais ativamente o exercício da sedimentação nos últimos 25 anos, apesar das deficiências de disciplina e método. Bem do jeito de faiscador que nunca chegará a garimpeiro.
O faro dos “turcos” pelo ouro chega às faíscas. O Dr. Humberto Jorge Isaac, leitor dos meus livrinhos entre tantos, algumas vezes fez, publicamente, analogia do meu estilo com o de Sérgio Porto, o Stanislaw
Ponte Preta. Discordando, não contestei, pois pode haver alguma parecença nas peças impregnadas de humor. O danado do “turco-mineiro” tem lá sua perspicácia. Afinal, confesso. O sobrinho da tia Zulmira foi o marco inicial da faiscação. Fui leitor diário do jornal “Última Hora”, no auge da efervescência política antes do golpe militar de 1964. O que primeiro lia era a coluna do Stanislaw, plena de Febeapá, o “Festival de Besteiras que Assola o País”, criação dele, abastecido pelas bobagens e absurdos que rolavam nos atos e palavras de gente, quase sempre graúda, e autoridades.
Ele recolhia do noticiário os lances exóticos e jocosos e os repassava com seu talento e humor ferino. Eu me deliciava e, às vezes, me indignava comigo: isso esteve à frente dos meus olhos e não vi! Fui ativando então o
senso observador e a atenção, mas sem agudeza ou constância, tolhido pelas intensas atividades da vida escolar-profissional.
Nos últimos 25 anos tratei de aprimorar e sistematizar, recortando, anotando coisas de interesse e valor, inclusive pertinentes ao Febeapá, juntadas em pastas e gavetas. Só para conhecimento e sabor. Apenas
passava verbalmente aos amigos as mais insólitas e carregadas de humor, sem a mínima intenção de escrever uma crônica sequer.
Em 1988, de repente aconteceu. As histórias hilariantes de personagens pratenses que eu contava, tratei de escrevê-las para os filhos e para que não se perdessem ou fossem esquecidas. Pelo compromisso de
produzi-las, assumi uma coluna sabática no jornal “A Comarca”, de Araçatuba. O propósito era de publicar umas vinte. Bateu o gosto e o incentivo de leitores; nos rescaldos das faíscas, lá se foram quase duzentas.
Avolumaram-se as pressões estimulantes para se publicar um livro, nunca sonhado. Foi ao prelo, depois outros, já são oito!
Essa é uma historinha de faiscador. O que se lerá nas páginas deste livrinho é parte do resultado do pouco que tem sido recolhido por minha velha bateia.

Geraldo da Costa e Silva
Março de 2011



PREFÁCIO
O GARIMPEIRO DAS GERAIS
Há uma presente, fortuita e intensa semelhança entre o escritor Dr.Geraldo da Costa e Silva, polivalente observador de fatos, coisas, fenômenos, ocorrências e que tais, tudo respaldado por memória incomparável, e o companheiro médico, cooperativista e escrevinhador Pratinha, analista rigoroso de pessoas, eventos, cotidianos e do entorno, expelindo e expandindo cultura sem restrições de qualquer ordem em sua
fértil escrita. É passado, presente e futuro, às vezes de uma única empreitada, notadamente aquelas históricas e as de “causos”. Desnuda e descreve com um quê de cumplicidade, todos os personagens, relatando
episódios com tamanha opulência de detalhes que nos parece tê-los vivido, a todos. Discorre, ao bico da pena solta, leve e concisa, sobre qualquer assunto com um encadeamento de pensamentos e um ritmo de
ação, que inviabiliza interrupções por vezes até para o quase inadiável, somente para exemplificar. Treinamento, dom, prática, obra do destino, pouco importa. Creio que a sensibilidade quase de vidente é metade de seu caminho nesse mistér, ficando o complemento composto por argúcia, intuição, criatividade manifesta à exaustão, além daquela “voz silenciosa do interior”, e uma sólida base cultural, esta fruto da sua comoção de leitor voraz e permanente, somadas à paquidérmica já aludida memória. Os “produtos” daí oriundos são conhecidos de muitos de nós, que temos o prazer de desfrutar de sua amizade e convivência, afinal, este é o oitavo livro de sua autoria, onde finalmente admite seu perfil de prescutador do cotidiano, bateia sempre à mão, recolhendo material diminuto que, quando condensado, resulta em crônicas, relatos, rememorações, entre outros. Grandes são Geraldo/Pratinha, sendo difícil distingui-los, pois um está encarnado no outro, criatura e criador em comunhão mística de lavra intelectual, aberta, límpida, caudalosa como fora o rio do Prata, de sua infância. À luz de Gandhi, são como Satyagraha e Ahimsa, duas faces de uma mesma medalha. Assumindo-se faiscador em acesso extremado de humildade, deveria ouvir seus leitores e admitir de pronto e em definitivo, o posto de garimpeiro, das pedras preciosas e daquelas outras nem tanto,  e até de cascalho e da areia que a existência humana ora nos permite ora nos impõe, nos diferentes ambientes, momentos e situações em que ela transcorre e nas não imaginadas e inusitadas formas com que se nos apresenta. É desse estuário de acontecidos e ocorridos, boa parte deles agora afirmo, vistos e vividos pelo autor, o que robustece cada linha de cada relato, que o garimpeiro extrai sua matéria prima, bruta, que redunda em cenas/cenários que induzem o leitor a vivê-las no próprio ato da leitura, após devidamente lapidadas e polidas. Aí, creio, reside o fulcro do talento, da força descritiva entremeada de detalhes que só um observador arguto, presente, frontaliza e consegue transmitir. Espero e confio que Pratinha, movido pela curiosidade peculiar, resolva em futuro próximo, enveredar na área de paleontologia, decidindo esclarecer achados nas cercanias da cidade do Prata, inaugurando uma nova fase em seu portfólio de escriba multifuncional. Será mais um sucesso com que brindará sua legião de amigos e admiradores permanentes e fiéis, e incomensurável contribuição à arqueologia mundial.

Dr. Eudes de Freitas Aquino
Presidente da Unimed do Brasil


LIVROS ANTERIORES DO AUTOR

Crônicas - publicado em 2002

Crônicas - 2005
Crônicas - 2008

Crônicas - 1997

Crônicas - 1994

Um comentário:

Tody Ramone disse...

Professor, gostei do blog.
quando puder visita o meu ?
http://deadheartsz.blogspot.com/