Conheço Laerte há 30 anos, mas não nos reconhecemos. Da última vez que nos vimos, eu não usava chapéu e ele não usava saia
texto Alex Solnik fotos Luiza Sigulem
Fiquei na dúvida se era você mesmo", diz Laerte ao me encontrar. "É que eu não usava chapéu", explico. Ele senta-se à mesa da Padaria Real, em São Paulo, onde eu o esperava. O garçom, calça preta e camisa branca, tenta disfarçar. Finge receber com naturalidade o pedido de uma pessoa que está de unhas pintadas de vermelho, brincos, colar, braceletes e minissaia jeans, mas ordena com voz de homem:
- Um café carioca, por favor.
Seus dedos gordinhos são bastante femininos. E as unhas impecavelmente vermelhas. Os adereços são étnicos, inspirados em padrões indígenas. O cabelo vem até os ombros. Mas nenhum gesto, nenhum tom de vozLEIA A ENTREVISTA COMPLETA
Nenhum comentário:
Postar um comentário