AGENDA CULTURAL

5.11.11

Olhares perdidos

Carlos Alberto Bau tinha como paixão a fotografia, através das quais mostrou a belezas de sua terra natal, Mendoza. Ele perdeu a vida fazendo fotografías aéreas em 06 de fevereiro de 2010, quando seu avião caiu.
Presente do amigo Lourival Amílton Lautenschläger


Hélio Consolaro


O fotógrafo e o cronista se parecem. A realidade se congela para que eles a fotografem, por câmeras ou palavras, afinal, por olhares. Apenas os signos são diferentes. Há um complô. Como se tudo fosse pousado, combinado, e o momento tivesse esperado para que pudessem trabalhar.


Até parece que o cavalo parou para que Carlos Alberto Bau o registrasse em sua câmera mágica. Tanto o fotógrafo como o cronista registram com um olhar diferente o espaço num determinado momento. O poeta perde muitos poemas, não fez na hora, não lembra mais. O fotógrafo guloso gostaria de registrar todos os olhares perdidos. Enquanto dorme, fotografa os sonhos.


Eles nos mostram que o presente é uma propriedade que não se registra em cartório. O segundo é a única medida do tempo, o minuto é muito longo.


O mundo é uma imensa fotografia, até que nos enterrem. Do lado de fora, ficam as fotos de olhares saudosos.

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