Especialistas falam sobre a chegada da maturidade e suas
vantagens - www.maisd50.com.br
Envelhecer não é nada fácil. Alguns dizem que envelhecemos desde o momento em que nascemos, porém outros afirmam que o processo de envelhecer se dá bem mais tarde, lá pelos 50 anos de idade. Nos dias de hoje, com a ciência e a tecnologia dando um empurrãozinho, envelhecer pode e deve ser prazeroso. E para que a teoria se aplique na prática é preciso entender melhor aquilo que todos costumam chamar de “a melhor idade”.
Menopausa, oscilações de peso, problemas de saúde, rugas, a
chegada da aposentadoria. Será que envelhecer é mesmo tão ruim como dizem? Quem
responde é o psiquiatra e psicoterapeuta Luiz Cuschnir. Segundo ele, "se
olharmos do ponto de vista do amadurecimento e com um pouco de otimismo, não é
ruim não. Por outro lado, ao utilizamos o termo envelhecimento, estamos
caracterizando um estado que é o oposto ao rejuvenescimento, que pode ocorrer
parcialmente e se a pessoa se dedicar a isso para atingir algumas metas. Enfim,
para não olhar somente para as coisas ruins do envelhecer, é preciso ter uma
tolerância pelos incômodos de tudo isso, e enxergar aonde se pode estar
empatando ou ganhando do o envelhecimento".
Como tudo na vida, portanto, o envelhecimento tem também
duas facetas: uma boa e uma ruim. O que varia muito é qual delas queremos
olhar. De acordo com a antropóloga Mirian Goldenberg, "o lado negativo
todo mundo sabe: decadência do corpo, problemas de saúde, estigmatização da
sociedade, invisibilidade social. O que tenho procurado mostrar é que não é só
isso, que tem muita coisa positiva. E como as pessoas têm muito medo do
envelhecimento, não conseguem enxergar algumas vantagens de envelhecer. A
maioria das mulheres na faixa dos 50, por exemplo, se sente invisível, diz que
não recebe mais tantos elogios e não se sente mais desejada. Entretanto,
algumas mulheres conseguem vencer essa 'miséria subjetiva' e têm uma vida
amorosa, profissional e social excelente".
Uma das maiores dificuldades de quem chega aos 50 anos hoje
- especialmente mulheres - é tirar o
foco dos detalhes e aprender a olhar para o "todo". Para Mirian,
"mulheres nessa faixa etária já adquiriram mais segurança, autoconfiança e
liberdade e as que conseguem ter mais sabedoria aprenderam a deixar de prestar
atenção na opinião dos outros e olham apenas para si mesmas. A vida passa,
então, a ser mais voltada para os prazeres dela, fica bem melhor. Se você parar
pra pensar, é a primeira vez que essa mulher pode ser, enfim, ela mesma. Os
filhos já cresceram, as relações amorosa e profissional podem estar mais
estabelecidas. Está na hora de ela descobrir o que quer. A pessoa com 50 anos
de idade ainda tem 30, 40 anos de vida ativa pela frente. Tem que levá-la da
melhor maneira possível. Uma ruguinha não é tão feia assim...".
Mulheres com mais de 50 podem, sim, ser muito interessantes
e desejáveis. Isso vai depender somente dela. Luiz argumenta dizendo que
"quando elas encontram a sua feminilidade, sabem como expressá-la,
integram o que estava fora de lugar, tornam-se mulheres muito interessantes e
desejadas por homens, até das mais variadas idades. Em geral, no entanto, ela
está contida, cheia de 'nãos', impedida de viver a sua vida mais plenamente. É
flagrante como se apresenta visualmente para o mundo de uma maneira diferente.
Não é impossível uma mulher que não era tão bonita quando jovem passar para a
maturidade muito melhor e mais feminina. Da mesma forma a vitalidade, que podia
estar comprometida na juventude pelos problemas que tinha e ao se realizar como
mulher, se torna muito mais ativa e engajada na vida".
Um comentário:
"...em geral ela está mais contida, cheia de "nãos"
Ta certo. Nois qui num si cuidamo não.
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