Hélio Consolaro*
Ser cidadão é conhecer os
direitos, mas antes devemos cumprir nossos deveres. Assim dizia Mahatma Gandhi,
meu guru. O cumprimento dos deveres é uma senha que facilita a cobrança dos
direitos.
Cidadão consciente, crítico,
base da democracia, não é sinônimo de encrenqueiro, criador de caso. Acha mil
defeitos em todos e se acha um poço de virtudes. Infelizmente, em nossa
sociedade, que prima pelo respeito à pessoa humana, encontra-se cada figura, parasita.
E temos o dever de aturá-los, sustentá-los.
Há uma tipologia infinita de
encrenqueiros, em ambos os gêneros, sujeitos pesados na convivência social, os
eternos conspiradores ou se julgam vítimas da conspiração, desconfiam de tudo e
de todos, aliás, não confiam na própria sombra. Sempre estão maldizendo alguém
numa roda de conversa. É só fazer uma perguntinha sobre o passado de cada um,
descobre-se onde está a causa do desajuste.
- Lá vem o chato! Lá vem o
mala!
Não gosto de julgar os outros,
porque eu também tenho milhões de defeitos, mas as palavras do Meritíssimo
Emerson Sumariva Júnior, Juiz Eleitoral de Araçatuba, reproduzidas por jornais,
têm dito algumas verdades e me assanharam a escreve este texto, o trecho
seguinte foi excelente:
Não podemos mais, em plena
geração avançada, materialmente falando, ficarmos presos em conceitos e valores
mesquinhos, dando importância para pessoas fofoqueiras, maldosas, que não
conseguiram se firmar em profissão nenhuma [eternos desempregados], ou mesmo na
própria política, que teimam em atrapalhar o processo eleitoral sadio. Em todas as cidades há tipo de gente assim,
quase o Dr. Sumariva deu as iniciais de alguns.
Juízes e promotores trabalham
no olho do furacão, convivem com a tragédia da limitação humana, no depósito de
conflitos registrados em autos. Eles vivem às voltas, quase sempre, com
encrenqueiros. Por qualquer coisinha, logo diz:
- Vou procurar meu advogado!
Não prego aqui o conformismo do
cidadão, que ele aguente tudo calado, nem que ser oposição é aviltante. Tudo
tem o seu equilíbrio. Estou analisando os desvios de comportamento, que também
foram objeto de análise do Dr. Sumariva.
Machado de Assis, niilista
convicto, sempre escreveu que o ser humano é uma caca. O escritor não teve
filhos. O seu personagem Brás Cubas também, e se gabava de não ter contribuído
para a proliferação da mediocridade.
Aliás, eu sempre fui chamado ao
fórum, mas por que alguém moveu ação contra mim. Nem ação trabalhista movi
contra meus empregadores. Trabalhar como jornalista e ser político, dois seres
que vivem numa tensão natural, visitam constantemente o fórum, precisamos saber
administrar isso, entender a tragédia humana.
*Hélio Consolaro é professor,
jornalista e escritor. Atualmente é secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP.
2 comentários:
Para o político entender a tragédia humana é facil o diabo e o humano ntender a tragédia de ser político e a que ela provoca.
Todas as pessoas tem virtudes e defeitos. Concordo com o Prof: Hélio Consolaro a respeito dos parasitas profissionais. São pessoas inoperantes, portadoras de um fisiologismo patológico. Quando excluídas fazem oposição radical, quando inseridas no contesto, defende com unhas e dentes aquilo que sempre abominou. Pura imoralidade. Heitor Gomes.
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