Chocolate pode até beneficiar o organismo

Por Ilana Ramos

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 Com a chegada da Páscoa, todas as atenções se voltam para ele. Ao leite, amargo, branco, com nozes, quente e até em formato de ovo. Não importa a forma, eles caem bem a qualquer hora do dia e são os melhores amigos das mulheres naqueles momentos mais difíceis. No entanto, além de fazer bem para a alma, diversas pesquisas provam que o chocolate também pode fazer bem para o corpo, ajudando a diminuir a pressão arterial e evitando doenças como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

Por que comer chocolate é tão bom? Na verdade, a resposta é mais química do que psicológica. De acordo com a nutricionista dos Esportes Olímpicos Fluminense Football Club, Bianca Durand Evans, "o chocolate traz uma sensação de bem-estar, pois ajuda a liberar a o triptofano, que é precursor da serotonina, hormônio diretamente associado a essa sensação. Porém, o chocolate deve ser consumido com cautela devido ao excesso de gorduras saturadas".

Não adianta devorar uma barra inteira de qualquer chocolate e achar que está cuidando do coração. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Cologne, na Alemanha, a quantidade máxima de chocolate que deve ser ingerida diariamente é de 30 calorias. E não é de qualquer chocolate. Segundo Bianca, "uma pessoa saudável pode consumir um quadradinho de chocolate 70% (amargo) quando der vontade ou uma barra de proteína de soja com cobertura de chocolate".

É, infelizmente, como tudo que é bom, há restrições. Outra pesquisa, da Universidade de Adelaide, na Austrália, combinou os resultados de quinze estudos a respeito dos benefícios dos flavonoides, composto no chocolate que dilata os vasos sanguíneos e, consequentemente, pode diminuir a pressão arterial. Como é o chocolate amargo (70%) que contém a maior quantidade desse antioxidante, ele é o mais recomendado para quem quer saborear esse doce sem descuidar da saúde. Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que dois quadrados de chocolate amargo por dia podem reduzir o risco de AVC hemorrágico em 52%. O AVC hemorrágico, no entanto, representa apenas 15% dos casos de AVC, sendo que o isquêmico é o mais comum.

Será que, mesmo assim, o consumo de chocolate pode trazer benefícios? Um terceiro estudo, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, diz que sim. Ele descobriu que pessoas que consumiam mais chocolate amargo, ao leite, bebidas e outros tipos de chocolate tinham 37% menos risco de desenvolver doença cardíaca e 29% menos risco de sofrer um AVC do que os que consumiam menos quantidade do alimento. Porém, segundo o Ministério da Saúde (MS), o consumo de gorduras saturadas, associado ao de açúcar e sódio, é o grande responsável pelo aumento de peso, obesidade e doenças crônicas, como dislipidemia, hipertensão e diabetes.

Embora o chocolate contenha o flavonoide, que é um antioxidante e faz muito bem para a saúde, também possui altas quantidades de açúcar e gorduras saturadas. Como aproveitar melhor os benefícios do alimento sem descuidar da saúde e da dieta? A nutricionista ensina que "associar proteína de soja com chocolate e uma ótima opção, pois a proteína facilita a queima das calorias do chocolate na digestão. Existem barras de proteínas com chocolate que são uma boa alternativa para se matar a vontade de comer chocolate sem tanta culpa. O chocolate diet, embora seja a opção dos diabéticos, tem um teor de gordura maior que os normais, e para compensar a falta do açúcar ele contem adoçante. O chocolate diet serve apenas para atender as pessoas diabéticas, pois engorda muito mais".