AGENDA CULTURAL

10.6.12

Intecenfim, mas quem sabe faz a hora


Como ficou o teatro, após a reforma 


O show INTECENFIM recebe esse nome fazendo uma analogia entre a palavra INTEC e a expressão “até que enfim”, reproduzindo o sentimento de contentamento da classe artística com a reinauguração do Teatro Castro Alves, desativado há mais de duas décadas.


Teatro tomado, 220 lugares, mais 30 cadeiras de plástico

Fotos da página de Aniuska Carteado - Faceboock
Mauro Rico, em nome da alma, organizou o evento a pedido do secretário Hélio Consolaro

O show INTECENFIM terá como formato a colagem dos vários segmentos artísticos que conviveram harmoniosamente durante toda a década de 70 e meados da década de 80 no Teatro do INTEC, como era popularmente conhecido o Teatro Castro Alves, que agora será reinaugurado.

Cid Mazzini - o primeiro a se apresentar
O show é um encontro de antigos artistas de Araçatuba em uma noite de nostalgia. Caberá à Associação Livre dos músicos de Araçatuba convidar antigos artistas que freqüentavam aquele ambiente cultural, trazê-los (muitos já moram fora de Araçatuba), dar-lhes hospedagem, alimentação para realização do evento.

No dia 09 de junho, durante aproximadamente três horas, os “artistas” convidados, que hoje estão noutras atividades econômicas, a participarem do cenário artístico desse período de grande efervescência cultural na cidade, proporcionando à atualidade o revival necessário para coroar uma grande festa cultural, finalmente, a reinauguração do Teatro Castro Alves (objetivo traçado por Mauro Rico, ao apresentar o projeto ao secretário Hélio Consolaro)

O prefeito Cido Sério entrega aos artistas convidados, que já não moram em Araçatuba, o decreto de hóspede oficial. Ele está acompanhado de Cidinha Lacerda, primeira-dama, e de Franco Baruselli, fundador do Intec

Crônica do secretário municipal de Cultura de Araçatuba, Hélio Consolaro, no show Intecenfim: 9 de junho de 2012, das 21h às 24h, no teatro municipal  Castro Alves
Este blogueiro lendo o seu texto
Querô (guitarra), Geraldo Olivieri (violino), César Menezes (violão e voz), Pepa (cajón). Carla Rampin (voz), Márcio Rampin (guitarra) 
No jargão político, usamos muito o verbo “inaugurar”. Como estamos devolvendo o teatro municipal Castro Alves ao mundo cultural de Araçatuba, automaticamente surgiu “reinaugurar”, mas na verdade estamos hoje aqui praticando uma liturgia, celebrando.

John Howard - artista plástico
Celebrar é festejar, solenizar, honrar, exaltar, cercar de cuidado e de estima. Estamos aqui de volta ao mesmo lugar de 20 e 30 anos atrás, diferentes, mais velhos, para dizer que resistimos ao tempo e não desistimos nunca de nossos sonhos.
Nélson Camargo declama o poema Cântigo Negro, do poeta português José Régio 
Muitos não estão mais conosco, outros estão em diáspora, foram construir a vida noutras plagas, mas tenho certeza de que a energia deles circula entre nós. Somos daqui ou viemos de longe especialmente para viver este momento forte. Foquemos, então, o aqui e o agora, o passado arrastado com todo o seu peso para esta hora.
Apoteose do show, apresentação de Magno Martins, acompanhado por Paulo Roberto Arede

O sonho era voltar aqui, neste prédio construído sobre este  pedacinho de chão. Não se trata de saudosismo, o termo correto é resistência. O teatro Castro era o totem perdido de nossa tribo, o santo graal. Nós o encontramos, então, celebremos. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, a liberdade abriu as asas sobre nós.

E por obra do universo, ele foi encontrado por um de seus membros, Cido Sério. Estava incompleto, faltando-lhes partes. Na época da luta renhida, não era o pajé e nem cacique da tribo, apenas um curumim, mas desde tenra idade se apaixonou pelo totem.

O teatro municipal Castro Alves vem sendo usado desde outubro. A ansiedade e a necessidade não nos deram calma para esperar a celebração. Ainda falta-lhes alguma coisa (trocar o policarbonato, melhorar os banheiros, pintar toda a Casa da Cultura Adelino Brandão), porque as forças ocultas, como a burocracia, teimam em atrapalhar, mas logo estará tudo pronto. Já me disseram que ela é necessária, até estou me conformando com isso.
Oseias Lopes, acompanhando por Zé Renato

Meus companheiros, camaradas, irmãos de caminhada, celebremos neste templo este momento de conquista, de retorno.

Parabéns, curumim Cido Sério. Obrigado, guerreiro Mauro Rico. A sua bênção, pajé Franco Baruselli.

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Atualmente é secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP

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