Vejo pouco televisão. Não se trata de rejeitar esse tipo de mídia. Sou viciado noutra: a internet. Ao caminhar com a Japa (esposa, nissei) durante as manhãs, ela me contou sobre o relacionamento entre Carminha e Nina na novela do Globo "Avenida Brasil". E me lembrei prontamente do romance do escritor Português "O primo Basílio", de Eça de Queirós.
Nele, Juliana, empregada da casa, cansada dos desmandos da patroa Luísa, recolhe rascunhos de cartas de Luísa ao seu amante, o primo Basílio. Assim, os papéis se invertem: Juliana passa a ser a patroa, enquanto Luísa, a empregada.
Diante de tal semelhança entre romance do século 19 e a novela, século 21, não me julguei gênio para me achar o único a ter percebido tal semelhança. Fui à internet para buscar outras pessoas leitoras de livros que tivessem percebido isso. Encontrei muitas. No lugar de cartas, o roteirista pôs fotos.
A novela brasileira na tevê, principalmente na Globo, é na verdade um romance, cujo gênero narrativo apresenta vários núcleos de conflito. No final da novela, eles entram em desfecho, o final feliz. O núcleo narrativo que envolve Carminha e Nina é um plágio do autor da novela, João Emanuel Carneiro. Não sei se em algum momento, ele revela esse fato ao telespectador.
Certamente, patroas e empregadas estão se enxergando nas cenas de inversão de papéis da novela.
Se quiser ver cenas da novela, clique AQUI
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