Maria Fernanda Rodrigues
Suketu Mehta e Roberto Da Mata na Flip 2012 |
Em dezembro, o indiano Suketu Mehta viveu uma semana em uma favela do
Rio de Janeiro e aproveitou para conhecer algumas outras. Na favela da
Maré, não pacificada, foi a um baile funk. Viu garotos segurando armas,
cocaína em sacos de lixo no meio da rua e ouviu músicas que falavam de
violência, drogas e sexo. Em outra, já pacificada, foi a um clube de
jazz.
Ele volta agora ao País, mas para uma experiência um tanto distinta:
participar da 10ª Festa Literária Internacional de Paraty. Na manhã
deste sábado, 7, ele dividiu o palco com o antropólogo e colunista do
‘Caderno 2′ Roberto DaMatta para uma conversa sobre cidade e democracia
mediada pelo arquiteto Guilherme Wisnik.
Trechos significativos:
O antropólogo [Da Matta], que publicou recentemente 'Fé em Deus e Pé na Tábua',
sobre a reação do brasileiro ao trânsito, disse que temos alergia à
igualdade. “As situações que nos coagem à igualdade são às que reagimos
com mais violência.”
“Precisamos das favelas porque somos uma sociedade desigual e
hierarquizada. Enquanto a sociedade se organizar assim, mesmo que se
remodelem as favelas elas vão reproduzir esse sistema comum em todas as
nossas relações sociais”, disse Da Matta.
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