AGENDA CULTURAL

31.10.12

Mulher bonita

Atriz Julia Roberts e o cantor country Lyle Lovett

Hélio Consolaro*

A beleza feminina encanta os homens como se estivessem diante de uma obra de arte. Esse encantamento tem várias manifestações, mas o mundo masculino não consegue entender que o belo feminino não é só dele.

Primeiro, precisamos entender que o belo é relativo, não se é bonito em todos os lugares. Essa concepção muda no tempo e no espaço. As gordinhas já foram belas, e hoje  enaltecem a magricelas.

Deixando essa discussão filosófica de lado, eu faria uma pergunta bem prática: que eu faria com a conquista de uma mulher bela, além de desfilar com ela diante do mundo, como se fosse um troféu? Contemplá-la, seria uma atitude. Seria só minha?

Ter e ser entram em briga nesse momento, comparamos as mulheres a objetos, mercadorias, frutas. Diz a piada masculina que mulher bonita é como melancia: ninguém a chupa sozinho. Então, ter uma mulher bonita como companheira é ter consigo a preocupação de perdê-la. Seria como  dormir  com o inimigo. Para não perdê-la, faço todas as suas vontades. Para fazer isso, preciso ter grana. Então, mulher bonita é como um carro  de luxo,  a manutenção é cara.

A mulher bonita é problema para ela mesma, inclusive na sua postura social. Facilmente se torna arrogante, frívola e leviana. A beleza externa dificilmente tem correspondência na beleza interna. Como se diz no senso comum: é difícil encontrar uma mulher bonita inteligente, porque ela já tem um tributo, não vai buscar outro, uma compensação. Ela se contenta com sua corte de admiradores.
 
A mulher bonita é como a riqueza, todo mundo a quer, mas traz outras preocupações. As feinhas são mais companheiras, precisam segurar o seu homem com outros tributos. Afinal, as gemidinhas e a virada de olhos não são diferentes.  

Será que todas as mulheres bonitas são boas de cama? Quem teve a experiência de tê-las, diz que não. São belas como estátuas, mas na hora de operacionalizar-se fracassam, deixam os homens meio abestalhados, na dúvida se tanta areia é para o seu caminhãozinho...

Outro fato interessante, mulher não gosta de homem bonito. É comum ver cada beldade desfilar com cada tribufu!. Parece que a escolha do companheiro feio é uma forma de realçar a sua beleza. E se por acaso, os dois sejam bonitos, os filhos pagam o pato: nasce cada filhote de cruz-credo!       

Então, caro leitor, aprenda: nem tudo são flores. Às vezes, se pensa que a felicidade mora nos outros, quando lá há também muitos problemas. Confesso que não sei o que fazer com uma mulher bela, por isso fujo delas. Elas são como a lua, é de todos e não é de ninguém. Prefiro as feinhas, que pegam no meu pé.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Atualmente é secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP
 

2 comentários:

HAMILTON BRITO... disse...

Jogando a toalha muito cedo...ou é conformismo?
Háquem diga que um filé a dois é melhor que um músculo sozinho.

Heitor Gomes disse...

As mulheres são diferente dos homens. Os homens são na grande maioria visuais. Para satisfaze los plenamente é preciso primeiro satisfazer os sentidos da visão. Por isso escolhem mulheres mais compatíveis com seus protótipos. Já as mulheres são diferentes. Elas são mais auditivas e sinestésicas. Por isso o homem nem precisa ser belo como eu, basta ter uma conversa agradável e uma "pegada" satisfatória, que a princesa estará conquistada. Observo que muitas mulheres tidas como belas, são tão problemáticas e mau resolvidas que ninguém imagina. Enquanto as que não são consideradas tão belas, muitas vezes são mais determinadas e conscientes. Não existe regras. O problema está muitas vezes no homem e não na mulher. Dispendiosa todas as mulheres são. Só não da despesa as mulheres encalhadas no caritó, mas basta elas acharem um brother, que logo começa o escarnecimento. Por isso belas ou feia, ambas dão trabalho. Agora, se pais belos fazem filhos feios, os pais do Mirto Fricote devem ser lindos. Amém!