AGENDA CULTURAL

29.11.12

Jornada nas estrelas - vôlei brasileiro


As medalhas de ouro da seleção masculina de vôlei em Barcelona, em 1992; da seleção feminina, em Pequim, em 2008; e em Londres, em 2012, têm um nome em comum: é o do técnico José Roberto Guimarães, que, por tradição da competição, nunca levou uma medalha para casa. “Isso não me incomoda de maneira alguma. Nenhum técnico na história dos Jogos Olímpicos ganhou uma medalha. O mais importante que fica para mim é a missão cumprida e o trabalho bem feito. Daí faço as jogadoras subirem no pódio e receberem as suas medalhas para o nosso hino tocar para o mundo inteiro ouvir. Esse é o momento mais importante e culminante.”

Paulista da pequena cidade de Quintana, José Roberto esteve em quadra de 1969 a 1981, período em que jogou em clubes do Brasil e Itália, além de atuar na Olimpíada de 1976, em Montreal. Foi em 1992 que ele se tornou treinador, quando de cara ganhou uma medalha de ouro, comandando os rapazes, em Barcelona. No entanto, a identificação com as meninas é tão intensa que ele nunca mais pensou em comandar o time masculino. “Eu me especializei tanto no vôlei feminino. Fiz isso durante dois ciclos olímpicos e saí do Brasil para continuar aprendendo. Vou encerrar minha carreira, espero eu, com equipes femininas”, analisa.

A conquista mais recente veio em agosto, quando a seleção feminina venceu uma partida histórica e emocionante contra as favoritas norte-americanas. Após sair perdendo por 11 a 25, a equipe promoveu uma virada de 25 a 17, 25 a 20 e 25 a 17. “O que fez a diferença foi a forma tática como nós jogamos e a determinação do time. 

Fizemos uma partida exuberante e todas as jogadoras estavam muito bem. Nós cometemos pouquíssimos erros a partir do segundo set. O time se impôs e parecia que tinha ganhado a maioria das últimas competições”, comemora ele, que passou os últimos seis anos treinando equipes na Itália e na Turquia, e acaba de voltar ao Brasil para comandar a Amil/Campinas, no Campeonato Paulista. 

Mas o sonho parece estar mesmo voltado para uma nova conquista daqui a quatro anos, na Olimpíada do Rio de Janeiro. “Enquanto eu tiver essa vontade e paixão pelo esporte de competição, de querer ensinar e fazer parte, é legal. Seria, logicamente, um sonho. Vai ter muito trabalho pela frente. 

Há um planejamento a ser feito. Nós temos um time que está treinando há vários anos. Tem uma seleção muito bem montada”, avalia. Nada muito complexo para um técnico que, mesmo nos momentos de concentração que antecedem os jogos, continua pensando em vôlei enquanto se distrai ouvindo CDs ou lendo alguns livros, como os que indica aqui.

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