As
medalhas de ouro da seleção masculina de vôlei em Barcelona, em 1992;
da seleção feminina, em Pequim, em 2008; e em Londres, em 2012, têm um
nome em comum: é o do técnico José Roberto Guimarães, que, por tradição
da competição, nunca levou uma medalha para casa. “Isso não me
incomoda de maneira alguma. Nenhum técnico na história dos Jogos
Olímpicos ganhou uma medalha. O mais importante que fica para mim é a
missão cumprida e o trabalho bem feito. Daí faço as jogadoras subirem
no pódio e receberem as suas medalhas para o nosso hino tocar para o
mundo inteiro ouvir. Esse é o momento mais importante e culminante.”
Paulista
da pequena cidade de Quintana, José Roberto esteve em quadra de 1969 a
1981, período em que jogou em clubes do Brasil e Itália, além de atuar
na Olimpíada de 1976, em Montreal. Foi em 1992 que ele se tornou
treinador, quando de cara ganhou uma medalha de ouro, comandando os
rapazes, em Barcelona. No entanto, a identificação com as meninas é tão
intensa que ele nunca mais pensou em comandar o time masculino. “Eu me
especializei tanto no vôlei feminino. Fiz isso durante dois ciclos
olímpicos e saí do Brasil para continuar aprendendo. Vou encerrar minha
carreira, espero eu, com equipes femininas”, analisa.
Fizemos uma partida exuberante e todas as jogadoras estavam muito bem. Nós cometemos pouquíssimos erros a partir do segundo set. O time se impôs e parecia que tinha ganhado a maioria das últimas competições”, comemora ele, que passou os últimos seis anos treinando equipes na Itália e na Turquia, e acaba de voltar ao Brasil para comandar a Amil/Campinas, no Campeonato Paulista.
Mas o sonho parece estar mesmo voltado para uma nova conquista daqui a quatro anos, na Olimpíada do Rio de Janeiro. “Enquanto eu tiver essa vontade e paixão pelo esporte de competição, de querer ensinar e fazer parte, é legal. Seria, logicamente, um sonho. Vai ter muito trabalho pela frente.
Há um planejamento a ser feito. Nós temos um time que está treinando há vários anos. Tem uma seleção muito bem montada”, avalia. Nada muito complexo para um técnico que, mesmo nos momentos de concentração que antecedem os jogos, continua pensando em vôlei enquanto se distrai ouvindo CDs ou lendo alguns livros, como os que indica aqui.
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