AGENDA CULTURAL

15.11.12

Seu Jorge é vaiado no Rio de Janeiro

Seu Jorge: “Na Lapa, só toco de novo em 2022”

O cantor e compositor carioca fala sobre o embate recente que teve com o público em um dos principais palcos do Rio, tema de discussões acaloradas nas redes sociais

RAFAEL DE PINO - ENTREVISTA - 14/11/2012- Revista Época
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O cantor Seu Jorge (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)
  Seu Jorge está magoado com os cariocas. Não com todos, claro. Apenas com a parcela que o vaiou no show que fez na Fundição Progresso, na Lapa, no dia 27 de outubro. 

O protesto veio quando o cantor e compositor declamava a letra de “Negro drama”, um rap dos Racionais MC sobre a dura vida dos negros no Brasil. Seguiram-se as vaias e gritos de “Canta! Canta!”. O público queria dançar ao som de sucessos como “Carolina” e “Burguesinha”. 

A resposta de Seu Jorge foi a frase “Viva a alienação carioca!”, e a apatia. O artista está com 42 anos, e começou a carreira como líder da banda Farofa Carioca. Ganhou fama mundial como o Mané Galinha do filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. 

Consagrou-se nos palcos da Europa, mas só foi reconhecido pelo grande público no Brasil com o disco em parceria com a cantora Ana Carolina, em 2005. 

Criado em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, hoje mora em São Paulo, no Morumbi. As vaias na Lapa o afastaram ainda mais de sua terra natal. Depois do protesto de parte de seu público, cantou como quem “cumpre tabela”, com os olhos baixos, sem a animação habitual. Um fã postou o relato do ocorrido em seu blog e o assunto tomou as redes sociais, entre apoiadores e detratores. Em entrevista para o lançamento de seus novos CD e DVD, Músicas para churrasco - Ao vivo – Vol. 1, ele confirma a mágoa e afirma que só toca de novo na Lapa em 2022, quando o público jovem estiver renovado. “A criança de 12 anos de hoje vai estar com 22”, diz. 

Fala também de seus planos para conquistar novos públicos, completando sua discografia com discos de todos os estilos – “samba, rock... Até sertanejo. Por que não?” – e da importância que o aval de Caetano Veloso teve em sua carreira.

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