Hélio
Consolaro*
No
próximo sábado, 12 de outubro, no mundo católico, comemora-se o Dia da Padroeira
do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Ela também é padroeira de Araçatuba,
substituiu Santo Onofre.
No
município, há “cidos” e “cidas” por todos os lados. O prefeito é Cido Sério, há
um vereador com o mesmo nome: Cido Saraiva. Há uma mulher que quer ser deputada
estadual por Araçatuba que também é Cidinha Lacerda. Entre os funcionários
municipais, há quase 300 com “aparecido” ou “aparecida”, sendo o primeiro ou o
segundo nome.
No
dia da santa, costuma-se soltar fogos ao meio-dia, ou seja, 12 horas, mas em
2013, haverá um estrondo a mais às 12h25, bastante significativo para engrossar
a homenagem à padroeira: a implosão do antigo Hospital Modelo.
Há
meio século (fundado em 1960), aquele arcabouço de prédio era para ser hospital, a incompetência
enrolou, enrolou que deixou a estrutura comprometida, não é possível usá-lo, só
resta a implosão. E assim o prédio ficou enfeando a cidade, justamente na via
de acesso principal por décadas.
A
Prefeitura de Araçatuba vai entregar o terreno desimpedido para que a Justiça
Estadual construa novo fórum, prédios onde funcionem todos os segmentos do Poder
Judiciário do Estado de São Paulo.
Se
é Dia da Padroeira de Araçatuba, porque não engrossar a bateria de fogos de
artifício com um estrondo verdadeiro, quando a cidade vai detonar o ícone da
incompetência e dizer bem alto: “Xô, baixo astral”!
Não
sei se a escolha na data da implosão foi pensada pelo prefeito ou por alguém
como homenagem à santa, não ouvi nenhum comentário nos bastidores da política
araçatubense, mas dizem que Deus escreve certo em linhas tortas. A Mãe de Deus quis também participar da festa.
Viva
Nossa Senhora Aparecida! Abaixo o Hospital Modelo!
*Hélio
Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário Municipal de Cultura
de Araçatuba-SP
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