Hélio Consolaro*
25/9/2014 - 16h30
A Polícia Federal de
Araçatuba (SP) encontrou nesta terça-feira (23/09/2014) uma chinesa, de 23
anos, que vivia trancada no depósito de mercadorias e sem condições adequadas
para comer ou dormir. De acordo com a PF, uma loja de bijuterias mantinha a
mulher trabalhando em situação semelhante à de escravidão, há aproximadamente
três anos, desde que chegou ao Brasil (Portal G1)
O fato narrado acontecia há poucos metros de meu local de
trabalho. Seus patrões mantêm dois veículos (uma van e um sedam) no mesmo
estacionamento onde guardo meu carro.
Aliás, uma funcionária da Secretaria Municipal de Cultura,
que já comprou bijuteria na loja, achava muito esquisita a postura da
chinesinha, sempre cabisbaixa, sem olhar nos olhos das clientes, mas nunca
supôs ser uma escrava. Há quem pergunte qual a diferença entre um trabalhador e um escravo...
Há gente dizendo (como a maldade grassa!) que há
comerciantes do mesmo calçadão que têm inveja da loja dos chineses, porque não
aguentam o sindicato dos comerciários zelando pelos direitos de seus empregados.
Como há também muita gente pensando nos preços baixos dos
produtos chineses. Eles são baixos porque lá o comunismo, de braços dados com o
escravagismo, gerou um Frankenstein, uma mistura de sistemas econômicos
monstruosa.
A política do filho único implantada na China (administrada
pela ditadura do partido único) desde a
década de 70 tem como finalidade tentar conter o avanço populacional. Isso se
deve ao fato de o país se encontrar atualmente com mais de um bilhão e
trezentos milhões de habitantes. Essa política do filho único conseguiu evitar
que a população da China chegasse a crescer cerca de 400 milhões nos últimos 25
anos.
Na Lei, fica extremamente proibido a qualquer casal ter mais
de um filho. Se isso for desrespeitado, o estado Chinês se incumbe de aplicar
severas punições ao casal. Quando este descobre que o feto no útero é mulher,
provoca o aborto.
A “chinesina de Araçatuba” foi dada à família que emigrou
para cá a troco de uma dívida ou a troco de nada, apenas para se livrar da
filha. Ou isso já aconteceu no Brasil?
Então, caro leitor, a presença dela entre nós, como de outras, é fruto
de uma política adotada por um país continental. Parece que viver
nas mesmas condições por lá é tão normal...
Nesse momento em que no Brasil passamos por um processo
eleitoral e que há eleitores indiferentes e até desprezam a democracia, é bom
dizer que a chinesinha é elemento de uma política habitacional imposta lá na
China. Pensemos nisso e valorizemos o voto.
Leia a crônica "O raio caiu duas vezes na mesma cidade", de Hélio Consolaro. Clique aqui.
Leia a crônica "O raio caiu duas vezes na mesma cidade", de Hélio Consolaro. Clique aqui.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.
Secretário municipal de Cultura de Aaçatuba-SP
3 comentários:
Dói o coração da gente ver esse rostinho meigo sendo usada como escrava de comerciantes desumanos.
Como é difícil compreender quem somos?
Muitos de nós estamos horrorizados e até traumatizados com os vídeos de decapitação pelos radicais islâmicos.
Mas aqui bem pertinho de nós essa jovem chinesa sofre maus tratos calada, pois talvez não tinha esperança que existia leis e humanos entre nós.
Amigo, eu assisti a essa reportagem pela Globo News, sinceramente não dá nem pra acreditar em tamanho absurdo!
Estando no século XXI e ainda descobrirem situações como essa....é demais para minha cabeça!!!!
Que país é esse?
Bjus e bom final de semana!
Voltei só para deixar o endereço do meu blog,querido!
http://www.elianedelacerda.com
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