AGENDA CULTURAL

11.12.14

Cassação de Bolsonaro terá agilidade na Câmara Federal

Segundo o regimento da casa, quando os autores de um pedido de cassção são parlamentares, a Mesa precisa aprovar previamente o pedido. Mas quando são partidos políticos, o rito dispensa esta instância, indo direto para o Conselho, informa a colunista Tereza Cruvinel; "O movimento pela cassação deve ganhar força. O presidente do PT, Rui Falcão, estava pronto para entrar sozinho com a representação em nome de seu partido quando recebeu a adesão do PC do B, PSB e PSOL", diz ela, que, prevê, ainda, a reação de movimentos feministas; Tereza, no entanto, alerta contra a "turma do deixa disso"

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Por Tereza Cruvinel

A representação do PT, PC do B, PSB e PSOL contra o deputado Jair Bolsonaro, pela inominável agressão à deputada Maria do Rosário, aportará nas próximas horas no Conselho de Ética da Câmara, que examinará o pedido de abertura de processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.
Segundo o regimento, quando os autores são parlamentares, a Mesa precisa aprovar previamente o pedido. Mas quando são partidos políticos, o rito dispensa esta instância, indo direto para o Conselho. O presidente da Câmara, Henrique Alves, não terá,  portanto,  como protelar o andamento da iniciativa, devendo despachá-la para o  Conselho nas próximas horas.
Embora a representação dos quatro partidos tenha pedido a pena máxima para os casos de ofensa ao decoro,  que é a cassação do mandato, o artigo 10 do Código de Ética Parlamentar admite também penalidades mais brandas, dependendo do grau da infração. São elas a censura, verbal ou escrita, a suspensão das prerrogativas regimentais por até seis meses e a suspensão do mandato por até seis meses. Uma turma do “deixa disso” já vem defendendo punição mais branda, como a suspensão do mandato por seis meses em vez da cassação. É pouco para quem admitiu que estrupra ou pode estuprar, para um representante do povo para quem algumas mulheres merecem ser estuprada.s
O movimento pela cassação deve ganhar força. O presidente do PT, Rui Falcão, estava pronto para entrar sozinho com a representação em nome de seu partido quando recebeu a adesão do PC do B, PSB e PSOL. A bancada feminina da  Câmara e a Procuradoria da Mulher repudiaram o ataque de Bolsonaro. Espera-se, agora, uma reação externa dos movimentos feministas.
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