Tharso José Ferreira |
Recebi um texto muito bom de meu confrade Tharso José Ferreira (Academia Araçatubense Letras).
Um desabafo muito bem escrito ao perder sua mãe. Diante de tanto anonimato, nem sei se há uma foto dela. O filho não é muito diferente, pois nem convidou os amigos para dividir a sua dor.
Encerrei hoje (22/4/2015) minhas atividades de filho, sepultei às três
da tarde a mulher que me colocou neste mundo, numa sessão fúnebre tão singela
como a vida que viveu.
Nego-me a fazer um discurso triste da mulher que quis
viver como uma ilha. Cumpri como pude meus deveres de homem e filho. Vi na vida
de minha mãe miúda seus quadros de felicidade, e de dor, em nossas madrugadas
solitárias em busca de mais uma réstia de vida. Ela, mais do que ninguém,
merece seu descanso eterno em paz pela fé que tinha no seu Deus de Jacó.
Deitei-a junto aos ossos de me pai numa cova perpétua sob a bola do sol,
permanecerá ali, intacta, até o juízo final. Sei que de hoje em diante sentirei
muito mais as trepidações da solidão, pois dei por mim que a cada dia vou ficando irremediavelmente só. Adeus, Izilda Ferreira, grande mãe miúda,
grande costureira, amiga dos santos, dos terços, dos padres.
Calo-me agora
diante da mulher que se calou para sempre. Que seu Deus a receba com honras no
céu.
2 comentários:
Caro Tharso, somente agora fiquei sabendo do passamento de sua genitora. O meu pesar é profundo e suas palavras traduzem o seu mais puro amor filial.
A esta altura sua mãe está ao lado do Pai Eterno velando por você.
Profunda paz, amigo!
Simples como o a palavra "Adeus".
Forte e chocante como o recebimento do "Adeus". Porém sincero e totalmente puro como se um garoto ainda muito jovem, visse sua fortaleza partir e em sua inocência, aceitar que a vida. Que a vida é mais do que nossos olhos podem ver.
Tharso é assim um daqueles escritores meigos que quando solta sua escrita, acerta em cheio nosso profundo. Somente tenho à agradecer o compartilhamento e deixar meus pêsames.
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