Hélio Consolaro é candidato a prefeito de Araçatuba, 2016
Eu sou pobre, pobre,
pobre,
De marré, marré,
marré.
Eu sou pobre, pobre,
pobre,
De marré deci.
Eu estava meio jururu, sem dinheiro para fazer propaganda
eleitoral, só contando com amigos, quando vi o meu atestado de pobreza expresso
na manchete do portal da Folha da Região: “Eleições: Arruda é o mais rico,
Consolaro o mais pobre”.
Pronto! Deus estava me ajudando. O candidato Dilador não
apareceu na manchete. A manchete só pegou os extremos. Ganhei publicidade de
graça. Falam mal, mas falam de mim.
Compartilhei a notícia, divulguei ainda mais que eu sou um
pobre juramentado. Esparramei pra todo mundo como se fosse uma grande coisa.
Pobre é assim, se orgulha da própria incompetência.
Há gente que não vota em pobre, mas há gente que acha que
minha gestão na Secretaria Municipal de Cultura foi muito boa, então será ótimo
na Prefeitura; dizem que escrevo bem, tenho uma saúde ferro. Quer riqueza
maior?
E o mais importante, honestidade a toda prova: provei para
um sujeito nessa campanha que nem todo homem tem o seu preço. “Não adianta
querer me comprar que não vou desistir de minha candidatura”. O sujeito fica
rico e acha que compra todo mundo... Seu Luiz Consolaro, no túmulo, deve ter ficado
satisfeito com que ele ensinou para o filho primogênito.
Dilador Borges (PSDB), Luís Fernando Arruda (PTB) e Hélio Consolaro (PT) |
Se eu não fosse candidato, a manchete seria assim: “Dois ricaços
são candidatos a prefeito de Araçatuba”. Que chato! Mas houve gente que
aumentou o seu patrimônio nesta campanha... Não me pergunte porque não falo.
No dia anterior, o repórter Ronaldo Luiz, da Folha da Região,
me telefonou:
- Professor, o senhor não tem bem algum? O salário de
secretário não deu para comprar nada?
Dei risada, porque o partido se esqueceu, não sei se o site
não foi acionado, mas entreguei minha declaração de renda. Respondi-lhe que era
pobre, mas nem tanto de não ter um gato para segurar pelo rabo. Tenho uma casa
e dois carros.
- Mais para quê? – perguntei para o Ronaldo Luiz.
E continuei:
- Não sou perdulário, mas o dinheiro serve para eu viver uma
vida média. Só consegui abrir uma caderneta de poupança aos 65 anos de idade. Filhos bem colocados na vida, plano de saúde
bom, casa para morar e saúde para tomar uma cervejinha...
E não estou me candidatando, aos 67 anos, para ficar rico.
Se eu não me lambuzei durante a juventude e a idade adulta, soube respeitar o
sobrenome que meu pai me deu “Consolaro”, não vai ser agora. Quero ser prefeito
para mostrar que é possível administrar bem uma cidade, realizando muito,
gastando pouco. Só isso.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.
Vereador de 1983-88 e secretário municipal de Cultura de 2009-2016.
Um comentário:
tudo ben mas...o diabo de foto mais esquisita
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