Coluna Bastidores, jornal O LIBERAL, de Araçatuba, 12/10/2016 |
Hélio Consolaro*
Durante a campanha eleitoral de 2016 no município, da qual participei como candidato a prefeito de Araçatuba, na qualidade de ex-secretário municipal de Cultura, procurei informalmente o presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais, Fernando Ítavo, se ele não ia promover um debate com os candidatos a prefeito sobre a cultura de Araçatuba.
Argumentei que em todos os pleitos, desde 2004, fizemos isso, o que garantiu o avanço das políticas culturais em Araçatuba. Em 2005, Maluly Neto transformou o Departamento de Cultura em Secretaria Municipal de Cultura; em 2009, Cido Sério criou o Conselho Municipal de Políticas Culturais de Araçatuba e em 2011 implantou o Sistema Municipal de Cultura.
Aliás, outros segmentos seguiram o exemplo, e tivemos em 2016 muitos debates com outros segmentos sociais, inclusive assinando compromissos. O presidente do CMPCA disse que não havia clima. E não houve nenhuma movimentação do setor cultural envolvendo os candidatos.
No debate entre os candidatos diante das câmaras do SBTinterior, no dia 27/9/2016, perguntei ao candidato Dilador Borges se ele, diante da promessa de fechamento de algumas secretarias, estava a Secretaria Municipal de Cultura. Ele enrolou, disse da necessidade de diminuir a máquina administrativa, mas não afirmou nem que sim, nem que não sobre a Cultura.
Aliás, como não houve movimentação alguma do setor cultural durante a campanha eleitoral, as perguntas nos debates sobre a política cultural foram raras. Confesso que fiquei preocupado com tal omissão.
No jornal O LIBERAL de hoje, 12/10/2016, na coluna de comentários chamada "Bastidores", na nota "Com a tesoura na mão" a coluna afirma que a Cultura é uma das secretarias a serem eliminadas da administração municipal de Dilador Borges, virando um departamento de alguma outra secretaria.
Quando se fecha uma secretaria de um tema tão importante como a Cultura, isso significa que ele não será prioridade em sua administração. Geraldo Alckmin fechou a Oficina Cultural Sílvio Russo em Araçatuba e Michel Temer tentou fechar o Ministério da Cultura, mas teve que voltar atrás. Temos precedentes no campo político do prefeito Dilador Borges.
A gente sabe que jornalista é um bicho danado para fazer um fuxico, mas onde há fumaça, certamente o fogo está aceso. Não quero acreditar nisso, porque dentre as fileiras que elegeram Dilador Borges, há muita gente comprometida com a cultura de Araçatuba.
Tomara que tudo não passe de ilações de um jornalista precisando tingir um espaço branco de preto numa véspera de feriado.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras.
Embora a especulação fora feita no jornal O LIBERAL, o esclarecimento saiu na coluna Periscópio da Folha da Região, 14/10/2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário