AGENDA CULTURAL

4.7.17

Brandini Gomes, músico feito em casa

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 Maestro Brandino, Brandini Gomes, o pai mora no menino. Um araçatubense fazendo sucesso nas artes.
Brandini Gomes, no aeroporto de Miami, fim de turnê, cansado
Hélio Consolaro*

Conheci o Brandini Gomes há mais de dez anos numa apresentação na antiga Newtons Pizzaria, em Araçatuba-SP. Convidaram-me com ênfase: “O cara é bom”. Mas eu não sabia que o adjetivo bom estivesse no grau superlativo absoluto sintético: ótimo. 

A casa lotou. Gente voltando, pois não tinha onde pôr os pés. Brandini tocava e cantava sem parar, sem conversa mole, eu nem piscava. Não ia ao banheiro para não perder uma música.  Ele, o violão e um percussionista faz o show.
 
Luís Ferreira Gomes (avô), Brandini Gomes (filho) e o neto (hoje, com 16 anos) - todos músicos
Brandini Gomes triscou em cordas musicais às escondidas no violão do pai, quando o maestro descobriu, passou a ser o seu professor. Não frequentou conservatório, nem Projeto Guri. Era época em que governos não tinham olhos para meninos pobres, mas assim mesmo, surgiam alguns geniais artistas. Não toca outro instrumento, nem lhe faz falta, porque seu coração fala por ele.

Conheci o seu irmão Blandino Ferreira Gomes, na década de 80 no Jornal A Comarca. Sujeito falante, irrequieto, excelente profissional. Faleceu em Rio Preto, em 2015, aos 64 anos. Era o primogênito de uma prole de seis filhos.
 
Pensamento de Brandini Gomes
Conversei muito, nos encontros casuais, com o pai, LuísFerreira Gomes (mãe: Irene Rodrigues Gomes), alagoano, conhecido como  maestro Luís Brandino, sempre metido em política, a sua segunda paixão depois da música. Morreu em janeiro de 2009, assim que eu assumia a Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba.

Brandino era o nome do avô de Brandini Gomes, o nosso homenageado, cujo nome inteiro é José Luís Brandini Gomes. O maestro semeou a homenagem ao pai em quase todos os filhos, com variações na escrita e na pronúncia. São irmãos vivos do músico: Humberto Ferreira Gomes, Maria de Lourdes Ferreira Gomes, Aluisio Ferreira Gomes, Maria Madalena Ferreira Gomes.
O filho Pedro, 16 anos

 Na última vez que vi e ouvi Brandini Gomes foi na Vila Capri, em 2016, no bairro Guatambu, num jantar musical. E lá estava o seu fã clube. Ele sempre vem uma vez por ano contemplar os ouvidos dos araçatubenses com seu belo repertório.

Não vive da música, é funcionário da CPFL em Campinas-SP. Se quiser conhecê-lo melhor, visite o YouTube, onde está em vários vídeos. Mudou-se para aquela cidade para estudar Análise de Sistema na PUC-C e por lá ficou. Não é casado, mas se diz orgulhoso por ter um filho de 16 anos que toca guitarra, uma questão de DNA.

Brandini Gomes, para ambiente mais formais

Em junho deste ano (2017), em suas férias, fez uma turnê por Paris, foi dividir o seu talento com parisienses e brasileiros “exilados”, porque quem quiser ouvir MPB biscoito fino é só chamar Brandini Gomes. Mas essa não foi a primeira vez que voou para mostrar o seu talento ao exterior.

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Maestro Brandino, Brandini Gomes, o pai mora no menino. Um araçatubense fazendo sucesso nas artes.


*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras

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