Maestro Brandino, Brandini Gomes, o pai mora no menino. Um araçatubense fazendo sucesso nas artes.
Brandini Gomes, no aeroporto de Miami, fim de turnê, cansado |
Hélio Consolaro*
Conheci o Brandini Gomes há mais de dez anos numa
apresentação na antiga Newtons Pizzaria, em Araçatuba-SP. Convidaram-me com ênfase: “O cara é
bom”. Mas eu não sabia que o adjetivo bom estivesse no grau superlativo
absoluto sintético: ótimo.
A casa lotou. Gente voltando, pois não tinha onde pôr os pés. Brandini
tocava e cantava sem parar, sem conversa mole, eu nem piscava. Não ia ao
banheiro para não perder uma música. Ele, o violão e um percussionista faz o show.
Brandini Gomes triscou em cordas musicais às escondidas no
violão do pai, quando o maestro descobriu, passou a ser o seu professor. Não
frequentou conservatório, nem Projeto Guri. Era época em que governos não
tinham olhos para meninos pobres, mas assim mesmo, surgiam alguns geniais
artistas. Não toca outro instrumento, nem lhe faz falta, porque seu
coração fala por ele.
Conheci o seu irmão Blandino Ferreira Gomes, na década de 80
no Jornal A Comarca. Sujeito falante, irrequieto, excelente profissional. Faleceu
em Rio Preto, em 2015, aos 64 anos. Era o primogênito de uma prole de seis
filhos.
Conversei muito, nos encontros casuais, com o pai, LuísFerreira Gomes (mãe: Irene Rodrigues Gomes), alagoano, conhecido como maestro Luís Brandino, sempre metido em
política, a sua segunda paixão depois da música. Morreu em janeiro de 2009,
assim que eu assumia a Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba.
Brandino era o nome do avô de Brandini Gomes, o nosso
homenageado, cujo nome inteiro é José Luís Brandini Gomes. O maestro semeou a
homenagem ao pai em quase todos os filhos, com variações na escrita e na
pronúncia. São irmãos vivos do músico: Humberto Ferreira Gomes, Maria de
Lourdes Ferreira Gomes, Aluisio Ferreira Gomes, Maria Madalena Ferreira Gomes.
Não vive da música, é funcionário da CPFL em Campinas-SP. Se
quiser conhecê-lo melhor, visite o YouTube, onde está em vários vídeos. Mudou-se
para aquela cidade para estudar Análise de Sistema na PUC-C e por lá ficou. Não
é casado, mas se diz orgulhoso por ter um filho de 16 anos que toca guitarra, uma
questão de DNA.
Brandini Gomes, para ambiente mais formais |
Em junho deste ano (2017), em suas férias, fez uma turnê por
Paris, foi dividir o seu talento com parisienses e brasileiros “exilados”,
porque quem quiser ouvir MPB biscoito fino é só chamar Brandini Gomes. Mas essa
não foi a primeira vez que voou para mostrar o seu talento ao exterior.
Maestro Brandino, Brandini Gomes, o pai mora no menino. Um
araçatubense fazendo sucesso nas artes.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras
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