Família de catadores de papel de Nova Luzitânia-SP |
Hélio Consolaro*
Ufa! Uma boa ação foi manchete de jornal! “Catadores de
recicláveis devolvem dinheiro encontrado no lixo” em Nova Luzitânia. Divulgar a boa ação praticada demonstra que a
virtude compensa. Uma atitude inversa à do roubo.
Apesar de tanto a mídia generalizar, tendo por base os maus
exemplos, que brasileiro passou a ser considerado um povo que não presta por
nós mesmos, mas posso afirmar: “o povo é bom”. Recuperemos nossa autoestima. Nem
mesmo na política, é possível a generalização.
A mídia tem essa capacidade, voluntária ou involuntariamente,
de generalizar. Rio de Janeiro virou a cidade da bala perdida, a Palestina era
uma região de atos terroristas. O Brasil é o país do carnaval e do futebol. E
porque meia dúzia de brasileiros não presta, os demais pagam o pato.
Não se trata de honestidade de morador de cidade pequena,
devolveu porque era de Nova Luzitânia, pois eu perdi duas vezes minha carteira
em cidade grande e ela foi devolvida integralmente.
A primeira vez foi no terminal de ônibus Barra Funda, em São
Paulo, quem me devolveu foi um funcionário de banca de revista; a segunda, foi bem
no centro de Araçatuba, e ela foi devolvida por um empresário. E nas duas
vezes, sem faltar nada. Então, a honestidade não é apenas questão de classe
social.
O princípio ético mais simples e mais funcional é não fazer
aos outros aquilo que NÃO desejo que me façam. Não precisa saber filosofia para
pôr isso em prática.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras.
Catadores de Recicláveis Devolvem Dinheiro Encontrado No
Lixo
(Jornal O LIBERAL, 28/09/2017)
O comerciante Anderson Amenta, de Nova Luzitânia, passou por
momentos de tensão no início da semana, quando se deu conta que havia perdido o
lucro total das vendas da última sexta, sábado e domingo de seu trailer de
lanches.
O dinheiro, acidentalmente, foi parar no lixo e ele ficou
desesperado. “Era a quantia que serviria para pagar os boletos da semana”,
explicou Anderson.
Para alívio do comerciante, um casal de catadores de
materiais recicláveis da cidade encontrou o dinheiro e devolveu. “Os catadores
levaram os sacos de lixo para o galpão e o Anderson veio procurar, mas não
achou nada. Ele me pediu para procurar também e avisar se eu encontrasse”,
conta Regiane Conceição de Farias.
Mais tarde, Regiane encontrou o bolo de dinheiro e guardou
para entregar a Anderson. “Quando eu cheguei na casa dele e entreguei o
dinheiro ele não acreditou! Achou bonita minha atitude”, afirmou Regiane.
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