Um gato pegando um pássaro. Pablo Picasso,1939.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
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Atualmente, a minha falta de simpatia pelo bichano se acentuou. Não ando nem comendo espetinhos nas esquinas com medo de que seja de carne de gato.
A escritora Hilda Hilst que me perdoe. No final da vida dela, transformara sua casa em Campinas num gatil. Não entendo o motivo de uma pessoa encher a sua casa de gatos. Nem Freud explica.
Estou mudando o perfil do meu quintal, ele está virando um arremedo de reduto ecológico. Não mato as formigas porque isso prejudica as lagartixas. Ponho água fresca para rolinhas, pardais com a viçosa vegetação. Os bichos estão voltando.
Até instalei no oiti do quintal um bebedouro de água açucarada para o beija-flor. Enxame de abelha jataí está no muro há muitos anos, mas existem também os marimbondos que constroem seus ninhos em casinhas de barro, no estilo minúsculo do pássaro joão-de-barro.
Nesse pequeno éden não há espaço para os gatos da vizinhança, eles são excluídos, portanto nunca será um lugar inclusivo. A música "Atirei o pau no gato" é uma realidade no meu quintal, não mato, mas os bichanos não têm sossego.
Por outro lado, não entra gaiola de passarinho no meu quintal. O Tadame Kawata é criador de passarinhos de canto, tudo registrado, com pedigree, etc. Eu vou fundar a Associação de Criadores de Pardais , às soltas, com liberdade total.
Os bichanos comem os pássaros que vivem soltos, de repente está com uma fogo-apagou na boca. E para gato não há cerca, tudo é devassável. O cachorro é o seu predador, mas o felino anda pelas árvores e telhados, fora do alcance dos caninos.
A cadeia alimentar é a expressão da solidariedade no interior do todo, mas ela não é harmoniosa. Que vou fazer com os gatos da vizinhança?
Notícia curiosa:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-45363030?SThisFB
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