AGENDA CULTURAL

4.10.18

Uma tonelada de protetor solar


*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

O calor está chegando. E Araçatuba-SP só perde para Cuiabá-MT em alta temperatura. Nem o diabo suporta tanta quentura, vai embora no verão, porque lá no inferno o clima anda mais ameno. Lá pra maio estará voltando.

Por aqui, até morador de conjunto "Minha Casa Minha Vida" procura comprar alguma piscina, nem que seja de plástico, a mil prestações para pôr nágua pelo menos as crianças. E ela não fica fria, não, morninha.

Se em Sampa, devido à poluição não se vê o Sol, nem o seu brilho; por aqui se queimam as vistas. Se brincar, faz-se necessário um óculo de soldador para se proteger das faíscas, daquela claridade absurdamente agressiva.

Nos supermercados da cidade, as bisnagas de protetor solar ficam em gôndolas trancadas, como uísque. O roubo deve ser constante. Branco sem proteção, fica da cor de camarão assado.



Estou esperando o calor insuportável, sentado na sala, ar condicionado ligado, quando ouço uma música no canal pago, BIS, que só apresenta programas musicais. E sempre apresentam alguma sequência de videoclipes de bandas e cantores iniciantes, com algum sucesso em suas regiões. Num desses programas, vi o veterano Brunno Carvalho, nosso músico e cantor.

De repente, entra a banda Supercombo com um programa específico, banda de Vitória do Espírito Santo cantando "Piscina e karma" e ouço os versos: "Um roupão de banho, uma tonelada de protetor solar/
Eu tô de boa no sol, o pau quebrando no universo/ E eu enchendo um crocodilo".

"Uma tonelada de protetor solar" é disso que preciso. Não sou tão branquelo, mas há mais de 10 anos que protejo minha pele do câncer com a pasta química. Até aderir ao chapéu para eliminar as manchas cancerígenas de minha careca. 

Acho que a Natura, Avon, Boticário e outros fabricantes vendem uma tonelada de protetor solar facinho, facinho por aqui. E fatura, pois qualquer bisnaguinha custa R$ 50,00.



Letra da música

Nesse verão que se aproxima, quero galões de sorvete, um caminhão cheio de cervejas bem geladas, uma tonelada de protetor solar, uma conta de luz bem baixinha para ligar ares condicionados em todos os cômodos. 

Apesar de tanto calor, ainda há os fleumáticos, com coração de gelo empedrado. A melhor coisa é ver aquelas morenas (não há loiras) em trajes mínimos circulando pela cidade com suas bundas empinadinhas nas motos na hora do pôr do sol. Aí o corpo da gente esquenta mais ainda. 

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