De novo, um remédio para enjoos pode provocar anomalias nos embriões! |
Na farmácia, a maioria dos medicamentos não foram testados
se são teratogênicos ou indutores de anomalias nos embriões.
Por questões
legais, em quase todas a bulas está escrito: “este medicamento não deve ser
ingerido por mulheres grávidas”.
O que mais suscitou progresso nos cuidados com medicamentos
foi a talidomida na década de 50 e 60. Lançada na Alemanha como sedativo na
insônia, ansiedade, enjoos e vômitos, especialmente em grávidas, não
apresentava efeitos colaterais nos ratos, camundongos, cães, cobaias, segundo o
fabricante, e foi comercializada sem receitas. Entre 1956 e 61, milhares de
bebês nasceram sem membros. Antes da talidomida, qualquer produto era lançado
sem pesquisas prévias. Graças a Frances Kelsey, uma funcionária de pequeno
escritório de governo que virou o todo poderoso FDA, a talidomida não foi
vendida nos EUA. Ela queria pesquisas no próprio país!
Antes que o poder econômico a vencesse, em 1961, o obstetra
australiano William McBride desconfiou que o nascimento de três crianças sem os
membros tinha relação com a ingestão de talidomida pelas mães. Escreveu uma
carta à Lancet e pediu para que outros profissionais respondessem se tiveram
observações semelhantes. Logo após, a comercialização da talidomida foi
suspensa. A talidomida inibe uma enzima essencial na formação dos membros no
embrião e apenas no período de 35 a 55 dias de gravidez, quando não se sabe que
está grávida. Apenas um comprimido é suficiente para induzir as anomalias.
COINCIDÊNCIA!
Agências governamentais de vários países alertam que o
Ondansetrona, remédio utilizado entre nós para evitar vômitos, se ingerido por
grávidas, as crianças poderão nascer com fissurais labiais e ou palatinas. Como
anti-emético é muito usado no preparo de pacientes na colonoscopia e
ressonância magnética, assim como nos submetidos a radio e quimioterapia. Este
risco se estende a todos as drogas do seu grupo chamado de “antagonistas dos
receptores de serotonina 5HT3”.
Apesar dos comunicados oficiais, este efeito desastroso e
severo da Ondansetrona como indutor de fissuras, precisa ser largamente
informado à população e a comercialização reorientada.
Em setembro, a Agência
Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários publicou o seguinte comunicado:
“Ondansetron: riesgo de defectos de cierre orofacialies (labio leporino,
paladar hendido) tras su uso durante el primer trimestre del embarazo”. Na
quarta feira, a Anvisa fez o mesmo!
As evidências que este medicamento está associado à maior
frequência de fissuras labiais e ou palatinas podem ser obtidas em duas
pesquisas publicadas no JAMA, a revista da Associação Americana de Medicina, em
dezembro de 2018, e na Reprod Toxicol, em janeiro de 2019. Esperamos uma ampla
divulgação à sociedade como ação governamental!
Demorou!
Alberto Consolaro –
Professor Titular da USP em Bauru-SP - consolaro@uol.com.br
Observatório
MARCAS – A Ondansetrona é vendida sem receita médica na
forma injetável ou em comprimidos sob várias marcas comerciais como o
Vonau Flash, Zofran, Nausedron, Ontrax. E ainda como Genérico ou Similares tal
como Ansetron, Nausedron, Ontrax e Vonau. O mecanismo deste efeito teratogênico
ainda não é conhecido.
E AGORA? A
Ondansetrona pertence à categoria B: não
deve ser utilizado por grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Agora, a Anvisa ainda estuda alterar para a categoria D de risco na gravidez diante
das evidências de risco fetal humano e apenas benefícios potenciais para a
mulher podem, eventualmente, justificar o risco.
MATA E SERÁ PROIBIDO!
Centenas de pessoas com doenças pulmonares e muitas mortes
provocadas pelo cigarro eletrônico com sabor, estão levando o governo
estadunidense a proibir estes dispositivos largamente usados por adolescentes e
jovens. No Brasil já é; ufa!
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