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Ao acabar a pandemia, vou me acabar de abraçar: viva a ocitocina! |
Quando se viaja com cães nos aviões, se
recomenda borrifar um produto na caixa de viagem à base de um hormônio que
lembra o cheiro de sua mãe e o acalma para viajar tranquilo. Se funciona ou
não, eu não sei, mas parece que minha cachorra gosta! Desde 1906, se sabe que nas
contrações do parto e para a amamentação humana a ocitocina é fundamental e estimula
um sentimento filial e maternal incrível.
O cientista e economista Paul Zak, queria saber
de onde vinha o elevado grau de confiança dos dinamarqueses e suíços que os
levaram a um elevado índice de prosperidade e desempenho econômico. Ao mesmo
tempo, ele queria esclarecer a grande desconfiança dos colombianos e
brasileiros que não apresentam um grande grau de prosperidade e desempenho
econômico.
Como tudo é quimicamente explicado, o que estimularia
a confiança e empatia entre pessoas? Como economista, ele sabia que isto
influenciava fortemente os negócios e a prosperidade. Sagaz, desconfiou que
poderia ser o nível de ocitocina no sangue das pessoas e Paul Zak montou um
centro de pesquisas de “neuroeconomia” para identificar quais hormônios e
outros químicos eram determinantes na compra e venda na economia do país.
PESQUISAS
A ocitocina é produzida no hipotálamo cerebral e
levada em vesículas para a hipófise onde é liberada no sangue. Ela estimula
sentimentos que ajuda a entender a origem do bem e do mal, assim como os
critérios de moralidade. Ainda inibe o estresse e aumenta a liberação da
dopamina e serotonina que nos deixam muito felizes. Quando se faz o bem, como
um abraço, o cérebro libera ocitocina e nos leva a ter compaixão, ser solidário
e amar o próximo.
Os ovários também produzem ocitocina e estimula
as contrações uterinas para levar o esperma até o óvulo. Na sucção, induz a
ejeção do leite nas glândulas mamárias. O estimulo às contrações do orgasmo fez
a ocitocina
ser chamada de “hormônio do amor”. Homens comprometidos quando inalaram
ocitocina tendem a ficar mais distantes das mulheres atraentes e foi por isto
chamado também de “hormônio da fidelidade” em estudos da Universidade de Bonn.
Em spray ou sublingual, a ocitocina deixou as
pessoas mais extrovertidas em pesquisa na Universidade de Concórdia, no Canadá,
facilitando as relações sociais dos tímidos que se sentiram mais confiantes e
altruístas por até 90 minutos. Em um dos experimentos, Paul Zak abraçava os que
encontrava, em vez de apenas cumprimentar as pessoas com as mãos. As pessoas passaram
a ter conversas e tratativas mais produtivas: negociava-se mais, a confiança
aumentava. O abraço deixa as pessoas a vontade e aumenta a ocitocina no sangue,
elevando a empatia, satisfação e confiança.
POR FIM!

Alberto
Consolaro – Professor Titular da USP -FOB Bauru-SP - consolaro@uol.com.br
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