O
mundo como o conhecemos está prestes a acabar. Existe uma profunda mudança em
curso e ela é iminente e inevitável. Para aqueles mais atentos, essa mudança
nunca parou. Ela sempre esteve presente em nossas vidas. Algumas vezes com
passos longos e lentos, outras, como agora, bem curtos e rápidos.
A
cada dia vemos uma nova mudança, uma nova descoberta, uma nova notícia levando
a uma nova compreensão de mundo. É um sintoma característico de época com
grandes mudanças: sempre surgirá um levante conservador. Se estamos tendo um
avanço, sempre vai ter uma força contrária que não quer deixar de existir,
pois, para o novo chegar, o velho precisa ser eliminado. Não porque ele está no
caminho do novo, mas porque ele, simplesmente, não consegue enxergar que essa
mudança é essencial, inevitável e necessária. O indivíduo mesmo, ao lutar
contra essa mudança, se autodestrói.
É
o que estamos vendo em todo o mundo. Governos lutando para manter o status quo,
pessoas lutando para manter o mesmo estilo de vida e o mesmo marasmo de sempre.
Quem já notou essa mudança, está tomando providencias para se adaptar ou, como
é o maior caso, para impedi-la.
Os
cortes na educação, as queimadas, eleições etc. Tudo isso é um sintoma da força
contrária a mudança. Nada disso, para dizer a verdade, já não está fazendo
diferença. É apenas uma questão de tempo para surgir um novo tipo de
democracia, um novo tipo de sociedade. Talvez, daqui a alguns meses, eu seja
chamado de revolucionário, pois, quando o país mergulhar na segunda onde negra
que, como no passado – mesmo que agora não seja chamada assim –, foi a
ditadura, muitos serão caçados e desaparecerão sobre os mais diversos
pretextos.
É
apenas uma questão de tempo até que o novo ciclo conservador tome conta e tente
proteger o seu status quo antes que, dentro da sua própria arrogância, se auto
destrua e acabe consigo mesmo liberando o caminho para o novo. Eles podem até
lutar contra, mas a verdade prevalecerá, não importa quanto tempo leve para ela
surgir.
Por
isso, eu grito, ainda há tempo! Tempo de aceitar essa mudança e amenizar os
sintomas da resistência. Não estou falando de esquerda ou direita, não estou
falando de certo ou errado. A vida não é uma partida de futebol. Não é um jogo
para ser competido. A vida é o que é. É a nossa existência, o nosso aprendizado
para como estamos neste momento. Ela não é nem o que nós somos, mas o princípio
do que podemos ser. O mesmo acontece coma sociedade.
Não
houve, até agora, nenhuma sociedade que durasse tanto tempo em nossa história
como a atual. Contudo, pelo mesmo motivo das outras, ela está se tornando
insustentável. Atingiu o ápice da sua ignorância. E, quando estourar essa
bolha, uma nova possibilidade surgirá e forçará as pessoas a aceitar essa nova
realidade ou a recusá-la e perecer diante de um novo mundo incompreensível para
uma consciência limitada.
Por
isso grito mais uma vez: ainda há tempo! Tempo para aceitar essa mudança, tempo
para perceber as próprias incongruências. Tempo para perceber a inutilidade de
certas ações e certas atitudes mentais. Existem certos hábitos que estão
enraizados na nossa sociedade e só seguimos eles para não parecermos idiotas,
mas, de fato, se pararmos para pensar um pouco, nós somos os idiotas de ainda
continuar seguindo esses passos. É preciso mudar. “Não se meche em time que
está ganhando”, diz o velho ditado popular, só que, como saber se o time está
ganhando? Como saber se ele não está perdendo e está nos levando a cada dia
para a ruína? E se não tiver time nenhum, só os seres vivos desse planeta.
Para
mim, e talvez alguns estudiosos possam reafirmar isso com bases mais aceitáveis
aos olhos de pessoas com o pensamento menos heurístico, política é toda relação
estabelecida entre pessoas em um meio social. Se cumprimentamos um vizinho,
estamos sendo políticos, se vamos ao mercado, estamos seguindo uma política. Se
concorremos a um cargo público, aí estamos sento politiqueiros e esse é o
problema. Esse cargo é de todos. Todos deveriam ser os juízes e executores de
suas próprias sociedades pessoais. Se um papel é jogado no chão, a própria
pessoa deve repensar, rever e cumprir a pena de pegar o papel e jogar no lugar
certo. Se a pessoa ateia fogo num matagal apenas para impedir que animais
peçonhentos entrem na sua casa, ela deveria reavaliar porque ela construiu sua
casa ali em primeiro lugar e porque a sociedade ainda vive dessa forma.
O
mundo precisa de uma mudança e ela está acontecendo. Ela deve começar com os
próprios pensamentos de cada um de nós. Depois tomar forma e se tornar uma
ação. Não passamos de um pequeno pontinho azul vagando pelo espaço. Mesmo
assim, nossas vidas são relevantes e elas dizem algo para os nossos outros
companheiros de viagem nesse pontinho. Quando escolhemos, escolhemos pelo resto
da humanidade. Mesmo que não conheça o fulano que está lá no Egito agora ou lá
na Austrália, um ato seu aqui pode rodar o mundo e influenciar ele. Nunca vamos
saber, mas ele sofrerá ou se felicitará com isso.
Toda vida importa e ela importa mais do que todo o restante. Isso porque é através dela que aprendemos e melhoramos e ficamos um passo mais próximo de nos libertarmos desta consciência limitante e quebramos as barreiras que nos impedem de explorar o universo. O verdadeiro inferno é viver em ignorância e negar os próprios sentimentos. Às vezes, vemos uma injustiça e queremos intervir, mas apenas escrevemos, curtimos ou compartilhamos. Isso não fará diferença, talvez chegue até alguém que vai fazer a diferença, mas ela deveria ser com todos nós. Isso é o princípio da mudança. Perceber que existe uma onde negativa e uma positiva, perceber que a internet é importante, mas não essencial. Economia, política, ciência, religião... todos conceitos inventados pelo homem e sujeitos aos seus caprichos. Entre outras coisas… ainda há tempo!
*Tacilim Oréfice, professor, diagramador de livros,
Nenhum comentário:
Postar um comentário