O que provoca inveja não é o dinheiro, casa, o carro que
você tem... Até mesmo porque, às vezes, o invejoso tem tudo isso e mais ainda
que você. O que provoca inveja é o seu brilho, que ele não consegue apagar Trazemos neste
artigo uma reflexão de um dos pecados capitais.
Quem nunca
sentiu inveja provavelmente está mentindo. Àquela alegria inconfessável de ver
o outro se dando mal. E não há pimenteira, figa ou reza forte que impeça a
inveja de atacar, porque querer o que é do outro faz parte da natureza – de
macacos a bebês.
Quando sentimos
aquela inveja que nos faz desejar os bens materiais, o status ou alguma
qualidade, como a beleza, a inteligência, de outrem, a área ativada é a mesma
responsável por processar as sensações de dor física ou emocional, segundo um
estudo do Instituto Nacional de Ciência Radiológica, em Tóquio. Ou seja:
invejar dói, de verdade.
Quando o
invejoso percebe que a outra pessoa tem um insucesso – fracassa no trabalho,
briga com a mulher ou bate o carro, por exemplo, ele se sente recompensado
por isso. E aqui não se fala de maneira figurada; a área ativada no cérebro
quando ocorre o sentimento de inveja é
exatamente a mesma que processa sensações de prazer e alegria.
“Esse sentimento
depende de nossa percepção de quanto uma outra pessoa é bem-sucedida. E essa
percepção depende dos traços de cada indivíduo, do que consideramos invejável”,
afirma Márcia Chaves, chefe do Departamento de Neurologia do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre.
Quer dizer; a
grama do vizinho será tão mais verde que a sua quanto você enxergar. O gramado
pode estar seco e com aspecto de assombrado, mas, para quem a invejar, será
digno de final de copa do mundo. Mesmo se não houver grama. Isso porque, em
maior ou menor intensidade, ninguém está livre da inveja. E isso não acontece
porque somos pessoas más. “os estímulos do ambiente refletem no cérebro e essa
atividade cerebral provoca a inveja. Há uma base neurológica constituída para
isso”, afirma Dra. Márcia. E não é só isso: existe mesmo a inveja boa e a
inveja má – não é mentira daquele seu vizinho que adorou seu carro novo.
Por fim, a
inveja não é tão ruim assim, pois morrer de inveja do colega mais bem-sucedido
pode servir de combustível para te levar a galgar degraus no trabalho ou na
escola. Você torceria o nariz para um currículo profissional que contivesse a
inveja como uma habilidade. Mas o fato é
que o pecado pode ser um tremendo combustível para o desenvolvimento. Em outras
palavras, invejar o sucesso alheio, em um ambiente competitivo, pode ser o que
faltava para ampliar a produtividade.
Gervásio Antônio Consolaro, ex- delegado regional tributário do estado/SP, agente fiscal de rendas aposentado. Administrador de empresas, contador, bacharel em Direito e pós-graduação em Direito Tributário. Curso de Gestão Pública Avançada pelo Amana Key e coach pela SBC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário