AGENDA CULTURAL

10.6.21

Este barco também é seu - Gervásio Antônio Consolaro

  
USS Benfold, Navio

Ao participar de um Seminário Internacional na Fundação Getúlio Vargas, de Administração Pública Moderna, foi demonstrado o sucesso da administração de um navio, reiventando a gestão do USS Benfold, Navio de guerra americana, com práticas inovadoras aplicadas pelo novo comandante Capitão-de-Mar-e- Guerra D. Michael Abashoff. - navio a serviço naval na Esquadra do Pacífico, com uma máquina de combate admirável: 8.600 toneladas de blindagem protegendo o mais avançado arsenal, de mísseis computadorizados da Marinha americana; uma tripulação altamente treinada de 310 homens e mulheres -.

      Quem busca uma cultura de paz pode aprender alguma coisa útil com a história de sucesso de uma navio de guerra? Até que ponto a gestão de uma embarcação que procurou ser a melhor de sua categoria pode servir de referência para organizações privadas e públicas que visem atender as necessidades da sociedade?

      Afinal, a estrutura das organizações modernas não se baseia na arte da guerra? Não foi dela que vieram termos tão comuns ainda hoje, como quartel-general, estratégia, tática, linha de comando e tantas outras?

       Entretanto em sua administração de linha militar, constatou-se em sua tripulação, várias estórias de vida, muitas vezes sofrida, limitada, cheia de percalços, desafios estimulantes, companheirismo, alegria, realizações.

       Descobriu-se que o potencial de cada pessoa e sobre como ele pode florescer de modo surpreendente, se lhe proporcionarem as condições adequadas e uma liderança inspiradora, e competente, que saiba mobilizar as melhores energias das pessoas com as quais trabalha.

       Competências sutis, como saber ouvir com atenção; praticar a aceitação positiva incondicional; elevar a autoestima por meio de proposição de “equações impossíveis” (aquilo que queremos mas ainda não sabemos como obter), voltadas para a superação de limites; utilizar estratégias muito bem elaboradas para vencer quaisquer ortodoxias (tipo: sempre foi feito assim, gerou sucesso no passado e, portanto está fora de discussão).

       Para desenvolver essas competências, o líder precisa encarar alguns desafios significativos. O primeiro é questionar seus próprios modelos mentais, a “formatação” do seu pensamento, que muitas vezes funciona com o um filtro pelo qual passa apenas o que se ajusta ao que já é conhecido e aceito como verdade. O segundo é criar um ambiente de confiança inequívoca, no qual todas as pessoas do grupo possam externar livremente não apenas as suas ideias, mas também seus anseios, medos e fraquezas. Um ambiente em que as pessoas (inclusive o líder) possam admitir e aceitar a própria vulnerabilidade.

      E, por fim, o desafio de estabelecer um propósito claro, muito bem articulado, quem possa ser entendido sem dubiedades por todos os que compõem o grupo, sem exceção. Além disso contar com um sólido conjunto de princípios que sejam a expressão de valores inegociáveis e inalienáveis. 

GERVÁSIO ANTÔNIO CONSOLARO - diretor regional da  Assoc. Fiscais de Rendas-SP, consultor tributário, agente fiscal de rendas aposentado, ex-delegado regional tributário, ex-assessor executivo da Prefeitura de Araçatuba, administrador, contador, bacharel em Direito, pós-graduado em Direito Tributário, curso  de gestão pública avançada pela Amana  Key e coach pela SBC.     

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