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Aguinaldo Gonçalves à frente de seu quadro em sua sua no Centro Cultural Graciliano Ramos, Buritama-SP |
Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Foto de Antônio Luceni |
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Auditório repleto |
Aos 71 anos, Gonçalves doou o seu acervo de livros e pinturas para o Centro Cultural "Graciliano Ramos", de Buritama. O local abriga uma pinacoteca de quadros de Aguinaldo e sua biblioteca, já que não precisa mais dela.
Aguinaldo Gonçalves não desistiu da vida, ainda quer compartilhar o seu saber. Voltou a morar em Buritama. E doou o que lhe era mais caro, seus livros e seus quadros, como se estivesse fazendo uma doação de seus órgãos.
Durante a palestra, sabendo que o professor e escritor está com dificuldades visuais, não conseguindo mais ler, me lembrei do conto de Alcântara Machado.
A narrativa paulistana põe a presença de um cego flautista num trem de magarefes que voltam do serviço. Quando o seu guia informa que não há luz no comboio e ninguém contesta, se revolta tanto que promove um quebra-quebra. Um cego dava luz àquelas consciências anestesiadas de que havia um desrespeito com a ausência de luz física.
Foto de Tânia Damazo
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Caravana de Araçatuba: Hélio Consolaro, Tito Damazo, Carlos Brefore e Antônio Luceni - todos membros da Academia Araçatubense de Letras |
Na manhã de sábado, em Buritama, a história de Alcântara Machado se repetia, pois estávamos bebendo literatura (letra, escrita, leitura - tudo visual) da experiência acumulada por Aguinaldo, mas que agora precisava de um guia para andar. Não houve a revolta de Maguari, foi uma manhã prazerosa.
O trem de Araçatuba chegou à estação Buritama para ver e ouvir o encantador de serpentes, sem flauta, explicar a sua mestria.
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