Em feiras e mercados é muito comum encontrarmos
garrafadas, cápsulas, ervas e outros produtos sem qualquer registro na Anvisa:
cuidado! |
Tudo que for ingerir, injetar, implantar, tomar, passar na pele ou usar na higiene tem a ver com alimentação ou saúde e devemos saber onde foi fabricado, por quem e qual a sua composição. E, especialmente, ver o número de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária ou Anvisa. Se não tem este número, não compre e não use, pois, o produto pode ser falsificado, pirata, vencido ou tóxico!
Ao entrar no site da Anvisa digite o número
e terás todas informações sobre o produto! Inclusive se está autorizado, qual a
finalidade e como foi classificado: cosmético, medicamento, alimento,
suplemento e assim por diante.
Para aprovar, os fabricantes apresentam
trabalhos científicos, composição, benefícios e testes em humanos. A agência
vai usar as informações e checar nas publicações científicas nacionais e
internacionais se realmente os dados e fatos conferem com o que foi
apresentado. Um produto pode ter o seu registro suspenso ou cassado com
denúncias ou por enganar as pessoas.
Todos os países com certo grau de
desenvolvimento têm uma agência reguladora igual a Anvisa, cuja
respeitabilidade internacional é inquestionável. Todas as agências reguladoras
de alimentos e medicamentos se baseiam nas publicações científicas a partir das
pesquisas feitas em universidades e institutos. Cada setor da vida de um país é
controlado por uma agência reguladora como acontece com a aviação civil,
energia elétrica, telefonia, pós-graduação e outras. Elas obedecem a princípios
constitucionais e seguem regras bem definidas pela lei vigente,
independentemente do governo.
Tudo que for implantado, injetado, aplicado
ou ingerido deve-se analisar o rótulo. Se for um produto injetado ou
implantado, solicite a embalagem! Nela você vai conferir vencimento, número da
Anvisa, quem fabricou, qual a composição! Ter a embalagem e o rótulo é um
direito seu, zele pela sua saúde e integridade.
QUAL A COMPOSIÇÃO?
Algumas pessoas usam tomar garrafadas ou
conjunto de ervas, raízes e chás colocados em um frasco para se levar para casa
e “curar” muitas coisas e até doenças, desânimos e quedas de cabelos. Tem
fórmulas até com caranguejos, insetos, morcegos e barbatana de peixes. Em
regiões mais chiques se coloca essas ervas, chás e raízes moídas em cápsulas
iguais as dos antibióticos, compradas vazias facilmente. Um desses exemplos foi
o produto para emagrecimento chamado de “50 ervas” que levou uma paciente a
morte e o país tomou conhecimento pela mídia.
Esses produtos não se tem a origem, a
qualidade da embalagem, qual a verdadeira composição, se tem agrotóxicos,
hormônios, vitaminas e estimulantes perigosos para a vida quando fabricado e
usado sem controle. Sem contar ainda que podem estar contaminados por fungos,
bactérias, vírus e parasitas. Tudo que se for usar, temos que ter o rótulo e
checar o número Anvisa no site.
Os medicamentos, alimentos, produtos
médicos e odontológicos devem dar acesso a todas as informações. A época das
poções mágicas onde o guru detém o segredo e apenas seus amigos fabricam a
fórmula, não é mais compatível com a vida evoluída. Antes de se usar, deve se
fazer pesquisas e publicá-las para requerer registro e autorização de
comercialização.
Estas análises e critérios servem para
todos os produtos, não importa se sintéticos ou naturais. Muitos produtos
naturais são mortais como veneno da cobra, cicuta, estricnina e muitos outros.
O fato de ser natural não significa que necessariamente é bom e que só faz bem!
No chá de emagrecimento ’50 ervas”, elas eram naturais, mas muitas eram
hepatotóxicas.
REFLEXÃO FINAL
A sociedade tem como controlar e avaliar os
produtos alimentícios e medicamentosos a ser disponibilizados à população. A
Anvisa representa a sociedade. Não devemos usar nada sem a sua avaliação prévia.
Mesmo que seja um “simples e inocente” chazinho ou comprimido, um aparelho
qualquer, devemos usar seus registros para nossa informação e segurança. Esta
avaliação tem como base a ciência. Checar o rótulo de tudo que usamos ou
optamos por ingerir, injetar, usar ou passar no corpo é uma forma de
preservarmos a vida.
Que evitemos tragédias!
pela USP - consolaro@uol.com.br
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