Conheça por fotos a unidade verde do Sesc Birigui clicando aqui |
Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor.
Cuidar da casa onde mora é uma atribuição
importante que nem todos executam. Deixar o quarto limpo, o escritório
arrumado, eliminar criadouros de dengue.
Não adianta estender o dedo em riste para
ninguém. Assim sou eu, é você, somos nós. É possível conjugar o verbo ser em
todas as pessoas.
Ter um comportamento ecologicamente correto
apenas na vida pessoal; por exemplo, plantando uma árvore no quintal, não é
suficiente (é um bom começo), precisamos cuidar das florestas que ainda estão
de pé.
Aos poucos, fomos ocupando o planeta Terra, reconhecendo
o local onde moramos e descobrimos que precisa ter uma ação em conjunto, pois
somos bilhões. E aí surgiu a necessidade de traçar políticas ambientais para
que o planeta continue sendo a nossa casa.
No decorrer do tempo, passamos a ser mais
urbanos, um amontado de gente morando no mesmo espaço quadriculado por ruas, aí
criamos as cidades, onde o bem morar passou a ser regrado. Até no jeito de
construir os prédios. Em certos lugares, a intimidade entre vizinhos passou a
ser parede-meia.
Construir um prédio como o Sesc Birigui, uma Unidade
Verde, foi uma atitude de respeito com a vida de toda a cidade. Mostrar que a
harmonia entre o todo e as partes é possível. Restabelecer o equilíbrio. Não se
trata de um jardim suspenso da Babilônia, construído por Nabucodonosor 2 para
agradar a sua amada.
“Mas ficou muito caro”, podem dizer alguns,
mas gastar com a vida é um investimento, é optar pela sustentabilidade; gastar
com a morte é jogar recursos fora. É como se armar de livros para se ver livre
das armas.
A Unidade Verde é um projeto que inclui os
malucos, porque sem eles não se avança à excelência da humanidade. Só não podem
ser lenhadores, garimpeiros.
É verde porque o Sesc planejou para ser assim,
houve uma ação política deliberada, quis dar o exemplo. “Verde que te quero
verde. / Verde vento. Verdes ramas”, versejou Garcia Lorca.
Pregar a cultura de paz pelos shows,
oficinas, competições esportivas é ótimo, mas também pela estrutura
arquitetônica de seus prédios é uma ação pedagógica. As pessoas adentram o
prédio e percebem logo que as nossas relações podem ser melhores.
A Terra do Sesc não é plana, trata-se de uma
concepção de vida circular, tudo vai e tudo volta. Isso lembra Voltaire: nada
se cria, tudo se transforma e nada se desperdiça. O horizonte é curvo.
Artistas, esportistas, sócios e visitantes percebem
que estão sempre protegidos porque a preocupação é oferecer bem-estar para que
a vida pulse em sorrisos e solidariedade.
Nestes dez anos de Unidade Verde, percebeu-se
que o cuidado com a vida de todos é possível. Ela não deve ser boa apenas para
alguns, e precisa da participação de todos em sua construção. Cuidar do meio
ambiente é uma tarefa coletiva.
PARA SEMPRE:
“Verde que te quero verde. / Verde vento.
Verdes ramas.”
LEITURA DRAMATIZADA DO TEXTO FEITA PELO SESC BIRIGUI - CLIQUE AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário