AGENDA CULTURAL

26.11.22

Sesc Birigui - cinco anos de novo prédio - verde para sempre

 

Conheça por fotos a unidade verde do Sesc Birigui clicando aqui

Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. 

Cuidar da casa onde mora é uma atribuição importante que nem todos executam. Deixar o quarto limpo, o escritório arrumado, eliminar criadouros de dengue.

Não adianta estender o dedo em riste para ninguém. Assim sou eu, é você, somos nós. É possível conjugar o verbo ser em todas as pessoas.

Ter um comportamento ecologicamente correto apenas na vida pessoal; por exemplo, plantando uma árvore no quintal, não é suficiente (é um bom começo), precisamos cuidar das florestas que ainda estão de pé.

Aos poucos, fomos ocupando o planeta Terra, reconhecendo o local onde moramos e descobrimos que precisa ter uma ação em conjunto, pois somos bilhões. E aí surgiu a necessidade de traçar políticas ambientais para que o planeta continue sendo a nossa casa.

No decorrer do tempo, passamos a ser mais urbanos, um amontado de gente morando no mesmo espaço quadriculado por ruas, aí criamos as cidades, onde o bem morar passou a ser regrado. Até no jeito de construir os prédios. Em certos lugares, a intimidade entre vizinhos passou a ser parede-meia.


Construir um prédio como o Sesc Birigui, uma Unidade Verde, foi uma atitude de respeito com a vida de toda a cidade. Mostrar que a harmonia entre o todo e as partes é possível. Restabelecer o equilíbrio. Não se trata de um jardim suspenso da Babilônia, construído por Nabucodonosor 2 para agradar a sua amada. 

“Mas ficou muito caro”, podem dizer alguns, mas gastar com a vida é um investimento, é optar pela sustentabilidade; gastar com a morte é jogar recursos fora. É como se armar de livros para se ver livre das armas. 

A Unidade Verde é um projeto que inclui os malucos, porque sem eles não se avança à excelência da humanidade. Só não podem ser lenhadores, garimpeiros.

É verde porque o Sesc planejou para ser assim, houve uma ação política deliberada, quis dar o exemplo. “Verde que te quero verde. / Verde vento. Verdes ramas”, versejou Garcia Lorca.  

Pregar a cultura de paz pelos shows, oficinas, competições esportivas é ótimo, mas também pela estrutura arquitetônica de seus prédios é uma ação pedagógica. As pessoas adentram o prédio e percebem logo que as nossas relações podem ser melhores.

A Terra do Sesc não é plana, trata-se de uma concepção de vida circular, tudo vai e tudo volta. Isso lembra Voltaire: nada se cria, tudo se transforma e nada se desperdiça. O horizonte é curvo.

Artistas, esportistas, sócios e visitantes percebem que estão sempre protegidos porque a preocupação é oferecer bem-estar para que a vida pulse em sorrisos e solidariedade.  

Nestes dez anos de Unidade Verde, percebeu-se que o cuidado com a vida de todos é possível. Ela não deve ser boa apenas para alguns, e precisa da participação de todos em sua construção. Cuidar do meio ambiente é uma tarefa coletiva.

PARA SEMPRE: 

“Verde que te quero verde. / Verde vento. Verdes ramas.”

LEITURA DRAMATIZADA DO TEXTO FEITA PELO SESC BIRIGUI - CLIQUE AQUI   

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