Vários modelos de “grillz” e outras formas de ouro nos dentes! |
Na moda e costumes, tudo é reinvenção! Dente de ouro é antigo e, de um jeito ou de outro, volta à cena para impactar as pessoas, chegando a custar até R$300 mil. Me faz lembrar a infância, quando ladrões saqueavam sepulturas para tirar dentes de ouro. O “ouro nos dentes” faz parte da tradição cigana como forma de guardar e ostentar valores sociais.
Ouro
fascina, mas nem bancos o usam como lastro financeiro. É pura fascinação a
ponto se servir como “escândalo” quando jogadores da seleção foram jantar um
filé com ouro no Catar. “Ouro em pó gastronômico” é barato e acessível. Apenas
mal-informados pagariam fortunas para comer este filé.
Há mais de 50 anos, ainda se encapava dentes
com facetas e coroas de ouro para fins funcionais, estéticos e ostentação pelo
sorriso dourado. Até o século passado se usava como metal nobre nas próteses
fixas, quando o dente ausente era substituído por uma coroa de ouro soldada nos
vizinhos que estavam restaurados ou encapados por ouro. O metal contornava o
esmalte que ficava visível e se restabelecia função e estética. Chamadas de
“pontes fixas”, os dentes substituídos eram os “pônticos”.
Era caro
pela responsabilidade e destreza exigidas do cirurgião dentista e pelo custo
dos materiais usados e dos protéticos. Hoje quase não se usa mais o ouro neste
procedimentos com o advento dos implantes de titânio ou zircônia. Pacientes
mais “diferenciados” até pedem que sobre os implantes se apliquem coroas de
ouro.
OURO NOS
DENTES
A necessidade de obter cliques nas redes
sociais faz com que tenhamos coisas diferentes e recicladas do passado. Entre
os praticantes e fãs de ritmos atuais de música e dança, se expande o uso do
ouro nos dentes como:
1. Em alguns poucos casos, como se
fazia antigamente, preparando o dente com desgastes superficiais para receber
uma faceta ou a coroa inteira de uma camada de ouro. Hoje são comuns estes
desgastes para se colocar material de resina ou cerâmica ou “lentes de contato”
com um aspecto estético muito favorável. Às vezes, o desgaste tem que ser maior
e se aplica uma faceta ligeiramente mais espessa e sem danos aos tecidos
gengivais e nem prejudica a higiene bucal.
2. Uma outra forma de ouro nos
dentes, muito popular, é a compra de joias dentárias que compõe se de uma capa
sobre um ou mais dentes, que ficam protegidos por uma camada de silicone
interna. O próprio paciente usa no momento da balada ou em fotos como se fosse
um brinco, anel, piercing e pingentes.
3. A forma mais badalada de
ouro nos dentes é o “grillz”, um acessório ou uma joia sobre os dentes, como
capa metálica removível de canino a canino. Esta joia de ouro, zircônia ou
prata pode ser incrustrada de diamantes e outras pedras valiosas e internamente
tem uma proteção de silicone para não afetar os dentes naturais
subjacentes. Ele recobre parcial ou
totalmente estes dentes, podem ter símbolos como lua, cruzes e até siglas e
nomes que aparecem nas fotos e imagens. MC G15, MC Guime, Luisa Sonza, Pedro
Sampaio e João Guilherme são alguns famosos que usam “grillz” ou grades.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Se seguir as técnicas profissionais da
Odontologia, o ouro na boca não tende a fazer mal aos dentes e à mucosa, muitos
menos induzir o câncer bucal que está associado ao HPV, vício de fumar, álcool,
radiações solares e produtos químicos da alimentação e higiene.
As faculdades não ensinam a fazer estes
componentes e acessórios de ouro para uso nos dentes. Os profissionais que
executam estes procedimentos devem ser treinados e se fundamentarem
biologicamente sem preconceitos com o diferente. A demanda para acessórios
dentários tende aumentar e os cirurgiões dentistas devem estar preparados.
O centro da saúde bucal, com ou sem o uso do ouro, é a correta e eficiente higiene com escova e fio dental. Os bochechos antissépticos não substituem jamais a escova e fio, apenas complementa o processo. Se acessórios de ouro forem usados com cuidado, não trarão consequências maiores, como ocorre com as lentes de contato, facetas, piercings, diamantes no esmalte, tatuagens e contenções. Os “grillz” não devem ser usados o tempo todo, apenas em situações especiais e devem ser removidos para comer, beber, falar, palestrar e dormir. Eles ajudam a valorizar a boca!
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