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Se tiver uma alavanca e um apoio, sonhos impossíveis se viabilizam! Arquimedes é um sábio |
Procurei o primor e o amor na arte de
ensinar desde os primeiros momentos. As aulas são muito ruins e desta forma,
pareço pessimista e não sou. Corrigindo: as aulas são extremamente ruins.
Os talentos, sonhos e vocações determinam
as escolhas de cada jovem para uma determinada área do conhecimento. Parece
óbvio que as melhores escolas e carreiras são escolhidas pelos mais preparados
sobre esses aspectos.
Muitas escolhas de compras de carros e
outros objetos caros como computadores e máquinas são determinadas pela forma
que o sistema pós-venda é avaliado pelos que já compraram. Se você não usa este
critério é um sério candidato a ficar sem nada na hora que mais precisa de
quem lhe vendeu o produto ou do fabricante.
Os conscientes do seu talento, sonho e
vocação irão compatibilizar suas escolhas de acordo com o pós-venda, digo
pós-vida de formado daquela carreira e escola escolhida. Isto inclui condições
de trabalho, salários, valorização social e até como é o final de carreira
depois de muitos anos de dedicação.
Como um estimulador de pessoas na vida
universitária, participei singelamente da escolha de tema de uma dissertação.
Dois anos depois, a convite, participei da avaliação final desta dissertação de
mestrado em pedagogia de uma universidade estadual, em que se avaliou qual a
razão da pessoa ter escolhido esse curso para seguir na carreira de professor
de crianças e jovens.
As pessoas que escolhem ser professor como
meio de vida e realização pessoal não o fazem por talento, sonho ou vocação. A
maioria escolhe porque é barato, tem vaga, tempo menor de formatura e porque
tem na sociedade, ainda, um mínimo de reconhecimento. Muitos escolhem esta
carreira de professor por falta de outra opção, um quase “é o que sobrou”.
Esta descrição que fiz foi de um ambiente
de formação de professores para o ensino primário e médio. Na carreira
universitária é a mesma coisa, exceto nas áreas de sucesso social, profissional
e financeiro explícito na mídia. Nas áreas de humanas, há um desânimo geral nas
universidades esvaziadas.
SONHO POSSÍVEL
Se o neoliberalismo ou o socialismo, não
importa, quiserem educação e universidade de qualidade pulsante com pesquisas
significantes, a valorização dos professores se faz necessário. O jovem que
optar ser professor tem que saber que ganhará tão bem quanto os profissionais
que ajudam a formar e ser competentes.
Se assim acontecer, os talentos, sonhos e
vocações voltarão a escolher a docência como arte de viver, modo de vida digna
financeira e social. Um professor, em qualquer nível, não pode ganhar 10 a 20%
do que ganha um advogado e juiz que o formou. O mestre não pode ganhar 10 a 20%
do que ganha o médico e o dentista que treinou e aprendeu a partir de suas
aulas e treinamentos. É tão óbvio, mas será que seria necessário um projeto de
lei para fazer esta paridade de professor com as demais carreiras?
Nas universidades e nas escolas devem
voltar a circular muita gente, mas antes disto, deve ser povoada por
professores vocacionados, talentosos, sonhadores, felizes e entusiasmados. Se
um professor não for aquele que se sinta o ser humano mais importante enquanto
está ensinando, não terá tecnologia, metodologia, simpatia e competência que o
fará estimular o conhecimento pleno e consciente em seus pupilos.
Se não for assim, as aulas, na quase
totalidade, continuarão sendo ruins e as universidades esvaziadas cada vez
mais, infelizmente. Aos que quiserem ver como é isso, humilde e singelamente, o
convido para participar de uma aula em que atuarei como professor! Eu sei como
é, pois procurei sempre “ser o professor” para meus amados alunos. Só isso e,
se quiserem, podem me dar só uma lousa e giz.
REFLEXÃO FINAL
A paixão induz a busca incessante.
Arquimedes dizia “me dê uma alavanca e um ponto de apoio, que eu movimento o
mundo”. Eu ouso parafraseá-lo pensando: “me dê uma paixão, que viabilizarei
qualquer sonho que lhe pareça impossível”. Vamos mudar?
Professor Titular da USP
FOB de Bauru
consolaro@uol.com.br
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