Os ossos foram apresentados em suas estruturas normais, variações e quanto às doenças da maxila e mandíbula
A boca era vista como o local dos dentes e porta de entrada de alimentos. Ao dentista cabia extrair os dentes, limpá-los ou tratar as cáries, restaurando-os. Depois vieram os tratamentos de canais, a preocupação com as gengivas e tecidos de suporte, a ortodontia e até que se chegou aos implantes, que mudaram tudo.
A boca é o quarto a sexto lugar mais
frequente de câncer no corpo, mas o cirurgião dentista que podia tratar o
câncer de forma autônoma, perdeu esta possibilidade há duas décadas.
Agora, ele pode participar do tratamento das neoplasias malignas de boca, mas
no contexto de uma equipe liderada pelo cirurgião de cabeça e pescoço, um
médico que se especializa em oncologia desta parte importante e complexa do
corpo.
O cirurgião dentista também podia
diagnosticar e tratar as doenças de glândulas salivares maiores como a
parótida, submandibular e sublingual, mas também perdeu esta autonomia para o
cirurgião de cabeça e pescoço. Essas perdas advêm de um conjunto de fatores,
mas principalmente pelo ensino nas faculdades e outras instituições não
formarem adequadamente os futuros profissionais para atuarem nestas áreas,
deixando a sociedade sem cobertura especializada para tratar os pacientes com
estas doenças, e são muitos.
Sem a quem procurar e sem receber uma
atenção adequada, os pacientes ficavam à deriva até encontrar um profissional
treinado e competente para ser diagnosticado e tratado. Esta deve ter sido, e
foi, a principal razão para a medicina ter abarcado estas duas áreas que
“pertenciam” à odontologia.
LIVRO DOS OSSOS MAXILARES
Ao redor dos dentes e da boca temos os
ossos maxilares, a articulação temporomandibular, o seio maxilar, a orofaringe,
a cavidade nasal e dentro dela temos a língua, e embaixo da boca, temos os
espaços submandibulares e parafaringeanos, por onde muitos produtos bucais são
drenados, especialmente nas infecções e inflamações.
Os ossos maxilares fazem parte da face e se
relacionam com o ossos cranianos. O que acontece com os dentes, afetam
diretamente os ossos maxilares e sequencialmente, pode afetar todo o entorno da
boca, incluindo abscessos cerebrais e mediastinais, promovendo em casos
extremos até óbitos de pacientes. Pode se dizer, sem exageros, que a
odontologia é uma especialidade da medicina, e assim o foi por um bom tempo em
alguns países da Europa. Com a instalação da União Europeia, houve uma
uniformização e todos os países passaram a ter uma odontologia à parte da
medicina.
A interface dentes, boca, ossos maxilares e
as demais partes da cabeça e pescoço nos levou à percepção de que a odontologia
e a medicina poderiam se beneficiar, se houvesse um livro que se preocupasse
com sua normalidade e doenças. Que abarcasse um capítulo robusto sobre as (1)
fissuras e outros distúrbios do desenvolvimento, (2) sobre o osso na oncologia
e suas repercussões de seu tratamento na odontologia como a químio e
radioterapia, (3) que discorresse com profundidade e aplicabilidades as osteomielites, osteítes e periostites e muitos outros assuntos ósseos. São 660
páginas, incluindo muitas ilustrações e crônicas científicas para ser lidas e
usadas (www.dentalgo.com.br).
DUAS REFLEXÕES FINAIS
1. Muitas
vezes, o médico e cirurgião dentista trabalham e dependem do osso para o
sucesso do tratamento instituído, mas falta tempo e oportunidade para que ele
se fundamente mais e se atualize sobre este maravilhoso tecido ósseo com sua
dinâmica encantadora. Este foi o objetivo do livro escrito para o clínico de todas
as áreas envolvidas na saúde e doenças da cabeça e pescoço e, que tem nos ossos
maxilares, o centro de sua atuação.
2. Totalmente digital, acessível no celular, tablet e computador, com o preço de R$150 reais, o objetivo dos autores e da editora foi difundir o conhecimento sobre o assunto para todos. Chegou-se ao ponto de questionarmos se seria feito uma venda do livro ou, na verdade, uma distribuição, pois é quase gratuito pelo que a obra entrega ao leitor.
Professor Titular da USP
FOB de Bauru
Nenhum comentário:
Postar um comentário