AGENDA CULTURAL

24.11.25

Mírian e a lenda da espada perdida - Tacilim Oréfice

 

24/11/2025 - O livro “Mírian e a Lenda da Espada Errada”, de autoria do escritor e roteirista Tacilim Oréfice, será lançado no dia 25 de novembro, às 19h30, durante a Balada Literária, no Quintal Cultural, em Araçatuba. O evento gratuito marca a estreia de uma releitura inédita e ousada das lendas arturianas e contará com bate-papo, apresentação da obra e sessão de autógrafos. 

Além de revisitar um clássico, a obra propõe uma nova perspectiva sobre personagens esquecidos da mitologia tradicional. No centro da narrativa está Marn, cavaleiro desacreditado após retirar a espada “errada” da pedra  e cuja trajetória molda o destino de seus descendentes. A história ganha fôlego com a jornada de Oisin, filha de Marn, guiada pela busca de reparação familiar e acompanhada de figuras como Mírian de Boron, irmã de Merlin, e Brian, o bardo inesperado. Explorando diversos temas, o livro convida o leitor a refletir sobre como as histórias influenciam a sociedade e atravessam o tempo.

Sobre essa relação, o autor Tacilim Oréfice comenta:

“Embora seja uma ficção e uma reinterpretação das lendas arturianas, o livro é universal. Ele trata sobre temas como família, amizade, moral, ética e tantos outros que ressoam com todos nós, independentemente da época e da nacionalidade. A história mostra que, mesmo no interior do Brasil, as narrativas têm poder e podem ganhar novos significados para as pessoas. Elas trazem reflexões que transcendem a cultura e o tempo em que vivemos, ajudando-nos a olhar para dentro e a refletir sobre a nossa própria época e sobre nós mesmos.”

O lançamento contará com um bate-papo mediado por Zélpia Ritchery, com leitura de trechos da obra e um diálogo descontraído sobre o processo criativo e a relação entre literatura fantástica e a formação de leitores no Brasil. Ampliando o acesso para diferentes públicos, também será possível acompanhar a apresentação com interpretação em Libras, e em breve será lançada a versão em audiolivro da obra.

O ciclo de lançamento do livro também incluirá uma apresentação no dia 29 de novembro, durante a Mostra Japão, o Festival Japonês que acontecerá no Recinto de Exposições, a partir das 19h. A entrada para o evento será de R$20, com opção de meia-entrada no valor de R$10 mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível. A programação contará com a participação do grupo PBKF, que realizará performances de Cosplay e Swordplay, fortalecendo o diálogo entre literatura, cultura pop e iniciativas culturais locais.

Sobre o autor e o projeto

A trajetória deste livro começou como um simples rascunho, escrito por Tacilim Oréfice para participar de um concurso literário de Araçatuba em 2017. O texto não foi concluído a tempo, mas a história persistiu. Cresceu, amadureceu e, oito anos depois, transformou-se em um livro de 252 páginas, editado por Fernanda Machado e preparado para chegar ao público em 2025.

O autor, Tacilim Oréfice, é escritor, roteirista e professor de escrita criativa, formado em História e técnico em Informática. Foi fundador da editora independente 23 Comics, participou de eventos como a CCXP e o Festival Internacional de Quadrinhos, e atuou como orientador no projeto “Jovem Escritor”, em parceria com a Academia Araçatubense de Letras e o Rotary Clube Cruzeiro so Sul. Seu livro “Quarto dos Desejos: Diário de uma Favelada do Futuro” já figurou entre os 100 mais vendidos da Amazon.

Como parte da distribuição da obra, exemplares serão encaminhados para escolas e bibliotecas da região, fortalecendo o acesso à leitura e incentivando novas gerações de leitores. O lançamento faz parte da contrapartida do edital público de incentivo à cultura, realizado com apoio da Prefeitura de Araçatuba, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Conselho Municipal de Políticas Culturais e Fundo Municipal de Apoio à Cultura. Ao valorizar novas vozes e narrativas diversas, a iniciativa reforça a importância do financiamento cultural na produção literária independente e no estímulo à formação de leitores.

Tacilim Oréfice
SERVIÇO Lançamento do livro “Mirian e a Lenda da Espada Errada”

Balada Literária – Lançamento oficial
Data e hora: 25 de novembro, às 19h30
Local: Quintal Cultural (R. Cussy de Almeida Júnior, 2088)
Atividades: Bate-papo com o autor Tacilim Oréfice, revelando bastidores da criação
Participação da narradora do audiolivro, Zélpia Ritchery
Encontro literário com leitores e membros do Grupo Experimental
Entrada Gratuita.
Mostra Japão – Festival Japonês
Data e hora: 29 de novembro, a partir das 19h
Local: Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado (R. Tenente Alcides Theodoro dos Santos, 600)
Atividades: Apresentação de swordplay, coreografada pela PBKF.
Sessão de autógrafos e interação com o público
Entrada: R$ 20 (inteira) ou R$ 10 (meia-entrada com a doação de 1 kg de alimento não perecível)
Exemplares serão distribuídos a escolas e bibliotecas da região como ação de incentivo à leitura dentro do projeto cultural apoiado pelo Fundo Municipal de Apoio à Cultura.

18.11.25

Gurus eletrônicos - influenciadores


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
Não estou falando de gurus políticos, como tiveram Bolsonaro (Olavo de Carvalho, já falecido), Aleksandr Dugin (Putin) e Steve Bannon (Donald Trump). Nenhum dos três governos tinham vocação democrática. Na verdade, são palpiteiros holísticos.

Mas o assunto de minha crônica é gente miúda que quer disseminar o mal, desviar adolescentes, pedófilos ou gente que diz fazer o bem para ganhar dinheiro. Além dos radicais políticos que se acham donos da verdade.

Trata-se de uma categoria de gente que surgiu com a internet. Alguns são chamados de coach, quando bem intencionados. Antigamente, o desempregado limpinho se chamava de "representante comercial". Hoje, influenciador.

Regular a internet no Brasil é se livrar um pouco do lixo, regulamentar as ações na rede. Liberdade de expressão não é destilar ódio, destratar pessoas pela rede social, como foi vítima o vereador de Araçatuba Luciano Perdigão.

Eu sou aposentado. Escrevo porque gosto, e as redes sociais é o meio mais barato de divulgação. Também sou jornalista e publiquei meus textos em livros. Não sou influenciador e nem coach. Já que a sociedade brasileira só considera escritor aquele que publica livros de papel, por isso também tenho livros publicados. Assim faço minha terapia diariamente. Tenho formação universitária.
Antigamente, tudo que era bom vinha dos Estados Unidos. Produto chinês era desqualificado. Como Trump pôs o país no chão, a referência está passando ser a China, a vanguarda tecnológica.

Olavo de Carvalho, Steve Bannon e Aleksandr Dugin
O país chinês implementou uma nova norma exigindo que influenciadores digitais chineses que abordam temas como medicina, Direito, finanças ou educação comprovem qualificações formais, como diploma universitário, licença profissional ou certificação reconhecida, antes de produzir qualquer conteúdo.
A medida faz parte dos esforços mais amplos de Pequim para regular o setor de criadores de conteúdo, reduzir informações divergentes e reforçar a credibilidade dos “gurus” on-line, amplia o controle sobre os assuntos especializados transmitidos ao público. (IA)

Exigir formação, ter controle daquilo que vai ser dito ao público não é censura. Trata-se de proteger a população da bestialidade.



13.11.25

Consciência e alma negras

Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba

Na minha infância e juventude, muitas perguntas foram respondidas com mitos. ou seja, com histórias inventadas para explicar o inexplicável. Por que os negros têm as palmas das mãos e dos pés brancas? RESPOSTA: Deus reuniu os humanos e mandou todos pularem na água do rio. Como havia muitos negros, os que chegaram por último só pegaram o restinho d'água.

Na verdade, a existência de pessoas negras é uma adaptação evolutiva à radiação ultravioleta (UV) intensa, já que a humanidade se originou na África e a pele escura é uma proteção natural contra o sol forte. Ninguém estava preparado para responder, nem sei se havia tal conhecimento, mas a ignorância automática ou engenhada explicava conforme a conveniência.

O branco que é uma criatura mais frágil do que o negro, tentava sobrepor aos negros se valorizando. Tudo que era branco, até a inocência. Conseguiram achar preto de alma branca. 

Afinal, por que precisamos do Dia da Consciência Negra? E consciência negra é só para negros? Passamos por um período que havia, a partir de 2011, com feriado no dia 20 de novembro, mas desde que estado ou município fizesse uma lei também. 

O Brasil é o país com a maior população negra fora do continente africano. De acordo com o IBGE, somos milhões de pessoas negras no país. Porém pouco sabemos sobre a história negra na formação da sociedade brasileira. Os negros eram tratados como seres desprezíveis.

Em Araçatuba, como o ex-vereador Dunga era aliado dos negros, apertou o ex-prefeito Jorge Malully, o Dia da Consciência Negra se tornou lei municipal. Os sindicatos patronais de Araçatuba, dominados pelos brancos, choravam o dia parado, como senhores de escravos. 

Negro é negro e pronto. Coloque-se em seu lugar. Não tinha direito a pesquisar sobre sua árvore genealógica. Não tinha história. Vieram empilhados nos navios negreiros. Assim pensam os racistas.  

"As irmandades e igrejas dedicadas a Nossa Senhora do Rosário foram espaços para a população negra se reunir, manter sua identidade e expressar sua cultura, uma vez que eram segregadas das igrejas frequentadas pelos brancos. Essas festas, como a da Coroação dos Reis Congos, celebram a ancestralidade e a luta pela liberdade (IA)."

Em tempos atuais, foi criado o Dia da Consciência Negra, uma reivindicação dos movimentos negros que querem recuperar o protagonismo do povo que foi escravizado pelos brancos. O objetivo é tirar a “raça” do ostracismo, devolver-lhe o orgulho de ser negro, recuperar a sua ancestralidade, o seu lugar de protagonista na História do Brasil. Para isso, 13 de maio não servia, precisava buscar a figura de Zumbi, o líder negro que se revoltou contra a escravidão. Vinte de novembro de 1695, quando foi capturado e morto por organizar o Quilombo de Palmares.

Em 2024, o Dia da Consciência Negra foi comemorado realmente como feriado nacional, por força de lei, por vontade do presidente Lula da Silva.     


6.11.25

Sesc leva música, teatro e esportes a diversos espaços de Araçatuba

Durante o mês de novembro, diferentes espaços de Araçatuba recebem a programação do Sesc, com atividades que valorizam o encontro, a cultura e o lazer. O destaque do mês é o show da banda Swing Snake Blues, que apresenta um tributo à The Allman Brothers, além de músicas autorais e clássicos do blues, com participação da cantora Talita Rustichelli; programação gratuita

Ao longo de novembro, o Sesc realiza uma série de atividades em Araçatuba que ampliam o diálogo com a comunidade por meio de experiências esportivas, recreativas e musicais. O destaque é o show da banda Swing Snake Blues, que apresenta um tributo à The Allman Brothers e interpreta clássicos do blues, além de faixas autorais, com a participação da cantora Talita Rustichelli.

Já o Sesc na Praça aos bairros 600 Casas e Alvorada, reunindo práticas esportivas, recreativas e artísticas abertas à comunidade. A iniciativa integra a expansão do Sesc na cidade, além de ampliar o acesso a experiências culturais em diferentes territórios da cidade.

Confira a programação do Sesc em Araçatuba para o mês de novembro:

Swing Snake Blues

Show “Swing Snake toca The Allman Brothers e outros sons”

A banda de Araçatuba, faz uma homenagem à Allman Brothers Band, referência do Southern Rock e da música

norte-americana, reconhecida por seus arranjos de guitarra em harmonia e apresentações repletas de improvisos. O show Swing Snake toca The Allman Brothers e outros sons traz clássicos como Statesboro Blues, Whipping Post e In Memory of Elizabeth Reed, além de outras faixas importantes da trajetória do grupo. Na sequência, apresenta músicas do seu primeiro álbum, Better Late Than Never (2023), e clássicos do blues, com participação da cantora Talita Rustichelli.

Dia 6/11. Quinta, 20h. Teatro Municipal Castro Alves. Ingressos disponíveis no Aplicativo Credencial Sesc SP e na Central de Relacionamento Digital. Todas as idades.

Sesc na Praça do 600 Casas

O Sesc na Praça apresenta uma programação gratuita voltada para toda a comunidade. Um dia repleto de experiências culturais, artísticas e esportivas para curtir em família. Durante o evento, o público poderá participar de

diversas atividades esportivas pensadas para todas as idades e níveis de habilidade. A atividade é uma realização do Sesc e conta com apoio do Sincomércio e da Prefeitura Municipal de Araçatuba.

Programação:

Recreações Esportivas

Desde o dinamismo do badminton até os desafios estratégicos dos jogos de tabuleiro, passando pela diversão dos mini esportes e a precisão do mini golf.

Espetáculo Super Tosco

Com Cia. Rosa dos Ventos é um espetáculo cômico do Circo Teatro Rosa dos Ventos que mistura teatro de rua, palhaçaria e crítica social em uma performance divertida e irreverente. A trama acompanha o atrapalhado Super Tosco, um herói popular que surge para resolver os problemas da comunidade, mas que, apesar de suas boas intenções, se envolve em confusões hilárias e situações absurdas. O espetáculo brinca com o imaginário dos super-heróis e subverte seus clichês, usando o riso como ferramenta de diálogo com o público sobre justiça, coletividade e o cotidiano das

cidades. Com música ao vivo, improviso e interação direta com a plateia, é uma celebração do circo-teatro tradicional, com linguagem acessível e energia contagiante.

Oficina Circense

Com Cia. Rosa dos Ventos

O Grupo Rosa dos Ventos convida o público para uma oficina divertida de iniciação ao circo, com acrobacias, malabarismo, perna de pau e bambolê. Com aulas dinâmicas e participativas, a atividade estimula a criatividade e o corpo em movimento.

Dia 9/11. Domingo, 16h às 20h. Praça do Bairro 600 casas. Grátis. Todas as idades.

Sesc na Praça do Alvorada

O Sesc chega ao bairro Alvorada com uma programação gratuita voltada para toda a comunidade. Um dia repleto de experiências culturais, artísticas e esportivas para curtir em família. Durante o evento, o público poderá participar de diversas atividades esportivas pensadas para todas as idades e níveis de habilidade.

Desde o dinamismo do badminton até os desafios estratégicos dos jogos de tabuleiro, passando pela diversão dos miniesportes e a precisão do minigolf.

Programação:

Recreações esportivas

Desde o dinamismo do badminton até os desafios estratégicos dos jogos de tabuleiro, passando pela diversão dos mini esportes e a precisão do mini golf.


Espetáculo Circo de Dois

Com Cia. Pé de Chinelo

É um espetáculo que une técnica circense, comicidade e lirismo para narrar, sem palavras, a convivência de dois palhaços que compartilham o mesmo espaço, as mesmas alegrias e os mesmos impasses. Entre malabares, acrobacias, mágicas e música ao vivo, a dupla constrói cenas que transitam entre o riso e a ternura, criando um diálogo direto com o público e transformando o picadeiro num lugar onde qualquer imprevisto pode virar poesia.

Vivência Estado - Palhaço - Malabarizando

Com Cia Pé de Chinelo

Uma experiência que mergulha crianças, adolescentes e interessados em geral no universo do circo, unindo malabarismo e a arte do palhaço. Através de brincadeiras, técnicas de malabarismo com bolas e exercícios cômicos, os participantes exploram a criatividade, o corpo e a mente, desenvolvendo concentração, agilidade, coordenação motora e a capacidade de rir de si mesmo.

Dia 23/11. Domingo, 16h às 20h. Praça do Bairro Alvorada. Grátis. Todas as idades


República brasileira - Marechal Deodoro a Lula da Silva


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

A palavra república vem do latim "respublica" e significa forma de governo em que o povo exerce a  soberania, por intermédio de delegados eleitos por ele e por um certo tempo.

Até 1889, o Brasil era governado por uma monarquia, na pessoa de Dom Pedro II. Monarquia é regime político no qual o chefe do Estado é um rei ou um imperador, em geral o poder tem caráter hereditário. Das monarquias, surgiram as repúblicas.  

Com a libertação dos escravos, Dom Pedro II (Princesa Isabel) perdeu o apoio dos fazendeiros, donos de escravos. Nesse sentido, os republicanos aproveitaram dessa fraqueza da monarquia e juntamente com os militares (Marechal Deodoro) deram um golpe, poupando a vida de Dom Pedro II. A república foi proclamada de forma tão improvisada que Marechal Deodoro era um monarquista convicto e foi o primeiro presidente da República do Brasil.

A partir da Guerra do Paraguai, os militares brasileiros ganharam força política, principalmente após a república. O último avanço deles foi a chamada ditadura militar com a fragilidade da democracia. 

Os militares, especialmente a oficialidade do Exército, foram os protagonistas da Proclamação da República. Eles dominaram o primeiro período (1889-1894), conhecido como "República da Espada", com os governos dos Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Tinham um viés mais centralizador e contaram com o apoio de republicanos civis na fase inicial.

A partir de 1894, com  primeiro presidente civil, Prudente de Moraes, as elites agrárias assumiram o controle, inaugurando a "República Oligárquica" (1894-1930). O poder político ficou concentrado nas mãos dos grandes fazendeiros, que controlavam as eleições e a política nacional por meio de uma rede de favores e poder local.

A Revolta de Canudos (Antônio Conselheiro) é a demonstração de como foi conturbado o transitar da monarquia à república. Em Canudos (nordeste brasileiro) tivemos um movimento monarquista com ideais socialistas.

Conhecendo bem a nossa formação histórica, percebe-se que quão extraordinário é ter um presidente da República, o Lula, eleito pelo terceira vez na condução do país. A exemplo do que houve em Nova York (novembro de 2025), a população marginalizada se revolta e vota num dos seus candidatos para ocupar cargos na república.  

15 de novembro de 1889 
15 de novembro de 2025 
136 anos  

30.10.25

Futebol e política

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

ELOGIAR É FÁCIL. Entre os atritos de Trump e Lula, testemunhados pela imprensa internacional, ficou claro que o norte-americano gosta de elogiar publicamente, enquanto Lula exercia o pão-durismo da autoestima.

Com certeza, Lula leu os livros clássicos do bom relacionamento da literatura norte-americana, mas não foi treinado para não elogiar ninguém.
Tácito disse que o pior tipo de inimigo é aquele que nos elogia. LULA ESTÁ CAINDO NA BABA DE TRUMP.

MIRASSOL 3 A 0 CONTRA O SÃO PAULO
O futebol ensina a vida. No dia 19 de outubro de 2025, domingo, pai e filho (10 anos) foram de carro até Mirassol para ver o campeão bater no time do interior. Na viagem de ida, puro entusiasmo, bandeiras, camisetas e etc. Não existia time melhor no mundo do que o São Paulo. O palpite mais humilde era 3 a 0 para o tricolor. O jogo foi um sofrimento, nenhum gol para comemorar. 3 a 0 para o Mirassol. A viagem de volta para Araçatuba foi um velório. Falar o quê? Quase que o pai pediu perdão ao filho por ter-lhe tornado um são-paulino. O filho deu a facada final:
- Pai, acho que vou torcer para o Palmeiras!
O pai se lembrou de seu tempo de menino, a tristeza do pai dele, palmeirense, ver o seu filho ser são-paulino. Ele não podia reclamar de nada, era castigo merecido.
A melhor resposta encontrada para o filho foi a famosa frase: na vida a gente também precisa aprender a perder.

DIA DO MÉDICO, 18 de outubro. São Paulo formava advogados, Rio de Janeiro, médicos. Na minha infância, os diplomas dos consultórios araçatubenses mostravam doutores cariocas. Atualmente os médicos são formados na região. Araçatuba já tem faculdade de medicina. A grã-finagem gosta de ser atendida em Rio Preto. O hospital da Unimed para mim é um luxo. Dr. Maurício Perina me deixou andando bem com a cirurgia de um dos joelhos. Até faço caminhada. Ele mereceu meu cumprimento.

A RACHADINHA DE VEREADOR

Uma ex-assessora parlamentar formalizou nesta segunda-feira (27/10/2025) uma denúncia contra o vereador Waldemar Damião Brito, de Araçatuba, apontando prática de “rachadinha”, coação e abuso de poder no gabinete. O envio do documento, feito por e-mail à Câmara Municipal, marca a oficialização do caso e traz novos elementos sobre os acontecimentos. Uma ex-assessora parlamentar formalizou nesta segunda-feira (27) uma denúncia contra o vereador Waldemar Damião Brito, de Araçatuba, apontando prática de “rachadinha”, coação e abuso de poder no gabinete. O envio do documento, feito por e-mail à Câmara Municipal, marca a oficialização do caso e traz novos elementos sobre os acontecimentos.

O vereador teve a cara-de-pau de dizer que o salário da assessora era dele. São lições do bolsonarismo. 

26.10.25

Poeta de 91 anos lançará livro de sonetos na próxima terça-feira - Antônio Reis

Vicente Marcolino

ARAÇATUBA (24/OUTUBRO/2025) - Na próxima terça-feira (28), a literatura produzida em Araçatuba terá um pico de qualidade, criatividade e raridade, com o lançamento de "Sonetos de um pensador", do poeta Vicente Marcolino, que aos 91 anos autografará seu primeiro livro. O evento será no Quintal Cultural, a partir das 19h30, e os apreciadores de literatura e de cultura em geral estão convidados. A obra poderá ser adquirida por R$ 50,00 e o consumo no bar será de responsabilidade do cliente. 

O livro de Vicente Marcolino tem 146 páginas recheadas de sonetos, que pela regra rígida faz deste tipo de poema uma das mais difíceis expressões literárias. "Soneto é uma forma fixa de fazer poemas. Uma camisa de força usada para combinar as palavras: dois quartetos, dois tercetos, versos decassílabos com os finais de versos rimando entre si. Difícil compor tendo essa forma rígida", destaca o escritor Hélio Consolaro no prefácio da obra. O poeta da vez não se intimida com rigidez e dificuldade, e brinda os leitores com mais de uma centena de versos ricos e inspirados. 

São muitos os temas abordados nos sonetos, numa demonstração de versatilidade e dedicação do autor. "Vicente Marcolino é um sonetista clássico. Inebriado, certamente, com seu pensamento poético, coloca de forma aparentemente singela e, ao mesmo tempo, empolgante, tudo que observa de seu cotidiano", avisa o sonetista e médico Smiley Castelo Branco na orelha do livro. 

Com certeza, os temas foram colhidos de suas experiências em Novo Horizonte, onde nasceu, em Andradina e Campo Grande, cidades em que morou, e em Araçatuba, onde está desde 1954. A vida de agricultor, comerciário, industriário, bancário e microempresário também ofereceram a Vicente Marcolino subsídios e palavras para se tornar poeta. Ou melhor: sonetista.  

SERVIÇO
Livro: "Sonetos de um pensador"
Preço: R$ 50,00
Editora: Academia Araçatubense se Letras 
Lançamento: Dia 28/10/2025
Horário: 19h30
Local: Quintal Cultural
Endereço: Rua Cussy de Almeida, 2.088, Araçatuba-SP
Assessor de Imprensa:
Antônio Reis
(18) 9 9776-2588

Não existe amor em Birigui


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP  

O nível da maldade das pessoas anda exagerado. Quanto mais pobre, mais simples for o agente, o requinte aumenta significativamente. Se quiser fazer um teste, caro leitor, leia os sites de notícias populares.

Na cidade de Birigui, mulher foi condenada porque matou árvore da vizinha. Entrou em ação advogado de porta de cadeia, juiz, promotor. Além de crime ambiental, houve ruindade.

Uma moradora do bairro Novo Jardim Stábile, em Birigui, foi condenada pela Justiça a pagar indenização por envenenar e causar a morte de uma árvore pertencente à sua vizinha. A sentença foi proferida em 23 de outubro de 2025 pelo Juizado Especial Cível da Comarca.

Não existe amor em Birigui, nem mesmo em Araçatuba!

23.10.25

Araçatuba tem literatura de cordel


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba 

Não sei se já ouviu, caro leitor, a seguinte frase: ainda vou descobrir qual é narrativa daquele cabra. Resumindo: vou conhecer a história daquele sujeito. Ninguém vive sem uma narrativa.

Cada um vai se amadurecendo, seja homem ou mulher, a narrativa vai surgindo. Há gente que se aprimora tanto, cuja história na hora de contar vira um primor. E tal tributo vira um meio de vida. 

A Academia Araçatubense de Letras tem um grupo que a acompanha, se tornando maior que ela. De vez em quanto aparece um doido inventando alguma coisa e contanto sua história.

Como sou o mestre, no final das reuniões vou conversar com o novo participante. Assim saberei qual é a narrativa dele. Nesse dia fatídico, apareceu um Ceará. Perguntei se apelido era Ceará mesmo, pois tenho um amigo, frentista de posto, cujo apelido é Ceará, mas nasceu mesmo no Piauí.

Ele estava precisando de uma guilhotina para cortar papel. Na sede da AAL não tem. E hoje cortar papel é uma raridade. Dei-lhe uma sugestão: lojas que vendem materiais de escritório usados.  

Na reunião do mês subsequente, aparece Urbano  Sertão com um chumaço de caderninho de literatura de cordel. A literatura de cordeé um gênero de poesia popular brasileira, caracterizada por versos rimados e métrica regular, que se popularizou principalmente no Nordeste. Originada de referências europeias e árabes, a tradição chegou ao Brasil com os portugueses e se consolidou no país com influências indígenas e africanas. Seu nome se deve à forma de exposição dos folhetos em barbantes, os chamados "cordéis". 

Comprei dele a coleção. Seu nome literário é Urbano 
Sertão. Como aprendeu isso, Francisco? Eu já sabia o  
verdadeiro.

Ele me disse que estava há anos morando em Araçatuba, 
era eletricista. Pai morreu, repentista genuíno lá do Ceará, começou a 
cantar nele. Descobriu que tinha uma narrativa. "Urbano Sertão" refere-se a um poeta popular do interior do Ceará que escreve cordel, poemas e contos sobre o cotidiano do sertão, amor e vidaEle começou a publicar em 2018 e seus trabalhos podem ser encontrados em plataformas online como o Pensador e a Amazon. O nome "urbano" pode estar associado a um contraste com o tema "sertão" em sua obra, explorando a relação entre o rural e o desenvolvimento, ou ser simplesmente parte de seu nome artístico. 

NORDESTE 
Urbano Sertão é um poeta popular que nasceu na região de Brejo Santo, interior do Ceará. Começou a escrever em 2018 pequenos poemas e estórias em cordel, passando depois a escrever contos. Começou a publicar seus escritos no site O Pensador, passando também a publicar no Recanto das Letras e Autores.com.br, mantendo o perfil no Instagram: @poeta.urbanosertao e Facebook: Urbano Sertão. Com poemas em oito antologias e coletâneas, o poeta escreve sobre o sertão, o amor e a vida. Publicou o livro “Poemas do Sertão, Amor e Vida” em julho de 2025.

Zap: +55 18 99144-5113


21.10.25

Eu e o Lula


 Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Tenho um amigo que não aplaude ninguém, economiza aplausos até para artistas dos quais é fã. Não chego a tanto, mas como secretário municipal de Cultura lidava com artistas locais e convidados, cumprimentava-os, levava o relacionamento para o lado profissional. O então prefeito Cido Sério era um verdadeiro fã de auditório nos shows promovidos pela Prefeitura. 

Eu passei a votar para presidente em 1989. Defendi candidatos, mas nunca cheguei a baba-ovo. Tenho verdadeira admiração por Lula, cheguei a coordenar o palanque dele na campanha presidencial de 1989, nunca vi tanta gente no Calçadão da Marechal,  Araçatuba, duro de gente, mas os adversários arrumaram Miriam Cordeiro, pagaram para ela mentir.

Collor reconheceu, 15 anos depois, que o recurso de usar depoimentos e imagens da ex-namorada do então candidato Luís Inácio Lula da Silva, Miriam Cordeiro, dizendo que tinha tentado o aborto "não foi de bom gosto, de bom tom". A campanha de Collor pagou a Miriam para acusar Lula de ter pedido a ela que abortasse a filha de uma gravidez inesperada. 

Como líder regional do PT, conheci de perto muitas personalidades nacionais, algumas delas dormiram em minha casa. Mas eu e Lula nos limitamos a nos cumprimentar, até nos grandes encontros nacionais da legenda.


Eu percebia que na época eu podia crescer eleitoralmente, mas não era isso que eu desejava para a minha vida. Sou mais lavrador, com os pés pregados ao chão do que um caçador, desejando o impossível. Como disse o padre Lauro: "Hélio, não deixe a política tomar conta de sua vida"! Malafaia não daria tal conselho a um seguidor da Assembleia de Deus. Não me arrependo de ter seguido tais ensinamentos.

Um amigo bolsonarista, ao tomarmos um cafezinho, me disse que havia descoberto ultimamente (caso Trump) que Lula era bem mais inteligente do que Bolsonaro. Não perdi a oportunidade e lhe respondi que, para ser mais inteligente que Bolsonaro, não precisaria de muita coisa.  

Há gente afirmando que Lula já passou a mão na bunda de Trump. Outros dizem que o presidente norte-americano ainda vai ensacar Lula. Tomara que os dois tenham juízo e defenda cada seu povo. 

Homenagem a Pedrinho da banca da revisa



O jornaleiro anunciou tanto o progresso que foi vítima da má notícia que anunciava. Seus clientes não se contentavam com rádio e tevê. E nos últimos tempos, sua irmã on-line praticou a antropofagia do jornal e da revista de papel. A Banca do Pedrinho ainda não é um museu, mas devia ser tombada, como retrato de uma época. Era um portal do conhecimento. Por ela a juventude fazia coleções, tanto de fascículos como de livros. Resistem as palavras cruzadas. A VIDA CONTINUA, MUDA-SE A FORMA DE VIIVER. Pedrinho, converse com o cara lá de cima, dono da realidade virtual, diga que pare o tempo, porque os veinhos não aguentam mais a ausência da concretude.

HÉLIO CONSOLARO

18.10.25

Dia do Professor - Marcos Francisco Alves

Nada de frases motivacionais muito usadas para nos manipular. Ou frases elogiosas para ganhar nossos votos quando sabemos que eleitos, irão nos tirar direitos. Nada de Paulo Freire ou assemelhados. Vamos mesmo de quem nos legou os meios para sermos respeitados como PROFESSORES (ou outra profissão qualquer) e termos dignidade. 

“Mas o guia que deve nos conduzir na escolha de uma profissão é o bem-estar da humanidade e nossa própria perfeição. Não se deve pensar que esses dois interesses possam estar em conflito, que um tenha que destruir o outro, pelo contrário, a natureza humana é constituída de modo que ele apenas pode alcançar sua própria perfeição trabalhando pela perfeição, pelo bem, de seus iguais.

Se ele trabalhar apenas para si mesmo, ele pode até se tornar famoso, um grande sábio, um excelente poeta, mas ele nunca poderá ser perfeito, um homem pleno.

A história chama de grandes esses homens que se enobreceram trabalhando pelo bem comum, a experiência aplaude como o mais feliz aqueles que fizeram o maior número de pessoas felizes, a própria religião nos ensina que o ser a quem todos devem se espelhar se sacrificou pelo bem da humanidade, e quem se atreveria a reduzir a nada tais julgamentos?

Se escolhermos a posição na vida a qual podemos trabalhar pela humanidade, nenhum encargo irá nos pôr para baixo, pois esses encargos são sacrifícios pelo bem de todos, então não experimentaremos alegria mesquinha, limitada e egoísta, mas nossa felicidade irá pertencer à milhões, viveremos de ações silenciosas mas em constante trabalho, e sobre nossas cinzas serão derramadas quentes lágrimas de pessoas nobres”. KARL MARX: Reflexões de um jovem a propósito da escolha de uma profissão

 Araçatuba, 15 de outubro  de 2025

Marcos Francisco Alves, professor aposentado

14.10.25

"Lata véia" e motorhome

Carros velhos recolhidos

A Câmara Municipal de Araçatuba, com 13 votos favoráveis, foi aprovado nesta segunda-feira (06/10/2025), o projeto de lei que cria a política municipal de identificação e remoção de veículos abandonados em vias públicas do município. A iniciativa é do vereador Fernando Fabris (PL).

Com certeza não hesitaram chamar os carros velhos dos pobres de "lata véia", principalmente sendo o autor do projeto um mauricinho evangélico. O habitat do "lata véia" são os bairros da periferia. Os carros velhos como as pessoas pobres são empurradas para para o lado da cidade onde o vento junta o último cisco.

Na discussão do projeto, os oradores chamaram os carros velhos como "latas véias". Certamente nunca tiveram na família um tio, o pai ou alguém com amor absurdo por uma "lata véia".

Muitos casais, donos de uma "lata véia" se perfumam no sábado ou domingo para fazer compras nos supermercados mais chiques da cidade, levando eles mesmos as compras para casa. 

Se por um lado há o consumidor, há também o problema habitacional, que é mais complicado, se o carro velho abandonado à beira da calçada passa a ser albergue noturno para algum andarilho. 

Carro chique é motorhome, ninguém implica; mas "lata véia" ameaça a segurança das pessoas de bem.

Outro dia encontrei um amigo sumido, não o via por muito tempo. Ele entrou em Araçatuba para consertar a sua motorhome. Todo sorridente, sozinho, feliz da vida. Não paga aluguel, escolhe o quintal de sua casa a todo momento. "Se o vizinho começa incomodar, a gente não briga, muda de lugar."  




O filme norte-americano sobre motorhome conhecido é "Nomadland" (2020), que acompanha a história de uma mulher que, após a crise econômica, vive como nômade, viajando pelos Estados Unidos em sua motorhome. "A mulher da van" é outro exemplo do gênero. O nosso urbanismo está cheio de gente morando na rua, uns bem, outros mal. 

Um viúvo de uma cidade brasileira deixou sua Variant próxima à rodoviária e sumiu para a capital, nunca mais voltou. Até que um amigo se prontificou a tomar conta do veículo. Não demorou muito para se tornar a sua casa, morou lá por 20 anos sem ser molestado por ninguém, até que um vereador evangélico fez um projeto para arrancar a "lata véia" de lá. Enfeava a cidade. A mobilização da cidade foi tão grande que o "pau véio" continua no mesmo lugar. Na Semana Santa o vigário fez a cerimônia do Lava-pés na Variant, lavando os pés do morador de tão antigo veículo.  

No Brasil, um país de cultura católica, é bastante tolerante com a frota desativada. No catolicismo, os pobres ainda são acolhidos por Santa Dulce dos Pobres, "O anjo bom da Bahia". Em Araçatuba, onde o evangelismo avança, em que predomina a Teologia da Prosperidade, os pobres não contam. 

   

JORJÃO MATOU O BANDIDO

Quando conheci o Jorjão, guarda municipal de Araçatuba, na época de secretário municipal de Cultura, foi como ler duas páginas de um romance e pressentir que o final da história ia ser trágico.

Não havia bandido na cidade que não tivesse apanhado dele, Jorjão era foda para a bandidagem. Não foi morto por bandido, por vingança humana. Foi castigo divino. Morreu com seu próprio veneno. Matou quem mais amava, pois os violentos matam por amor. Percebendo que ele era o pior bandido, não deixou o cara escapar: suicidou-se.
A espécie humana é repleta de tragédia, a pior ainda não aconteceu. Hélio Consolaro CONSA