Hélio Consolaro
Não sei, caro leitor, porque optei por escrever esse texto. Talvez a motivação tenha nascido do choque que levei ao ver a foto da musa da década de 60 tão velhinha. As musas não deviam envelhecer, nem o Consa.
Aquela atriz bonita que animou as noites solitárias de muitos rapazes que praticavam a covardia do cinco contra um, olhando seu pôster na parede, também envelheceu. Diria o mais galhofeiro que as duas fotos mostram como uma uva vira abacaxi.
Como disse meu pai ao visitar a república Pito Aceso em 1971, na cidade de Penápolis, onde morava o rebelde Consa, estudante do curso de Letras:
- Havia muitas santas na parede...
E dentre elas, Brigitte Bardot. Antes de chegar o sono, o Consa escolhia qual seria a dama que ia lhe deixar lasso naquela noite para que o sono chegasse com rapidez.
Abri a internet e lá estava a notícia de uma senhora de idade avançada, parecendo minha avó. Apenas o Consa não envelheceu, continua aquele rapazinho de barba rala. Fui buscar na internet a menina, a moça, o pôster que enfeitava o meu quarto, e ele está reproduzido aqui.
Naquela época, uma foto dessa seria impublicável num jornal, pois as revistas pornográficas tinham a venda proibida no Brasil. Os catecismos de Carlos Zéfiro eram vendidos clandestinamente.
A atriz Brigitte Bardot comemorou seus 72 anos, e o 20.º aniversário de sua fundação protetora de animais. Bardot subiu no palco de um lotado teatro do centro parisiense com a ajuda de duas muletas, pois sofre de artroses nos quadris...
Ela só me frustrou quando li: Simpatizante ultradireitista, Bardot foi condenada em 2004 a pagar 5 mil euros por estimular o ódio racial em seu livro 'Um grito no silêncio', no qual lamenta a islamização da França. Ela é do time do papa Bento 16.
Fazer o quê? As pessoas são o que são, por isso devem ser respeitadas.
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